quarta-feira, dezembro 31, 2008
terça-feira, dezembro 30, 2008
Natal Universal
[in O Cedro]
Imagens do Natal da Unidade de Engenharia n.º5 do contingente português estacionado em Shama, no sul do Líbano. Com um total de 141 militares, o contingente português está integrado na Força Internacional das Nações Unidas (UNIFIL). Foi assim que os nossos militares festejaram a época, tentando esbater a distância de terras lusas. Nada faltou, nem o tradicional bolo-rei, confeccionado especialmente para a ocasião.
Numa especial homenagem a alguém que merece todos os "mimos" nesta quadra.
segunda-feira, dezembro 29, 2008
A Arte da Conversa
"gosto de companhia, gosto de tagarelar e que tagarelem comigo.
adoro deixar-me ficar sentado à volta de uma mesa e de me deixar envolver de tal forma no momento, que perco a noção do tempo. até alguém dizer, com supresa: já são duas!!
mas em que consiste uma boa conversa?
não se trata, com toda a certeza de se exibir ou de gritar mais alto do que os outros. há quem fale e não ouça. outros ouvem sem falar. todos são igualmente irritantes.
o grande conversador consegue fazer as duas coisas em partes iguais.
na conversa as ideias surgem e são embelezadas, melhoradas, contraditas ou desfeitas pelo grupo que se reuniu. os amigos vão arranjar anedotas que confirmem ou neguem uma ideia.
infelizmente, o amor pela conversa é demonizado por uma sociedade que valoriza a acção acima de tudo: não fales, faz! é o mantra dos nossos tempos. ao que eu respondo: não faças, fala sobre o assunto.
se vale a pena fazer aquilo sobre que se conversa então, a devido tempo, será feito. mas a conversa sobre o assunto é o melhor bocado, a excitação de engendrar intrigas e congeminar esquemas. a conversa, o bocado antes da realidade, antes da consciência de que será necessário algum trabalho real para fazer essa coisa acontecer, quando as possibilidades são infinitas..."
[Excerto da obra 'Os Prazeres do Ócio', de Tom Hodgkinson]
Gentilmente sacado daqui.
sexta-feira, dezembro 26, 2008
Um Dia Branco
Dai-me um dia branco, um mar de beladona
Um movimento
Inteiro, unido, adormecido
Como um só momento
Eu quero caminhar como quem dorme
Entre países sem nome que flutuam
Imagens tão mudas
Que ao olhá-las me pareça
Que fechei os olhos
Um dia em que se possa não saber
Sophia de Mello Breyner Andersen
terça-feira, dezembro 23, 2008
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Sobre a Benfica TV
Um canal que é tão mau que consegue ser bom. Apenas um clube em Portugal poderia abraçar um projecto deste género e fazer dele um sucesso. Esse clube chama-se Spot Lisboa e Benfica. Independentemente dos sucessos desportivos da instituição desportiva, a marca Benfica vende e sempre venderá. Por isso, considero que a Direcção do Benfica está de parabéns pela concretização com o êxito visível de um anseio de sempre dos adeptos e simpatizantes benfiquistas.
Aguardo cada noite novos comentários dos chamados "especialistas em assuntos benfiquistas". Não tarda, não consigo dormir sem as boas noites do João Malheiro.
quarta-feira, dezembro 17, 2008
"Um livro é como uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem."
Khalil Gibran - Poeta e Escritor Libanês
terça-feira, dezembro 16, 2008
Esses e Outros Sons
Gogol Bordello - Start Wearing Purple
Mais um som absolutamente contagiante. Os Gogol Bordello integram elementos de países como a Ucrânia, Israel, Etiópia, Estados Unidos, Equador, Rússia ou China, e podemos afirmar que encaixam como poucos na categoria "world music". O problema é que eles, pura e simplesmente, detestam esse termo. Se world music é um termo equivocado, então chamemos a música dos Gogol Bordello pelos nomes: trata-se de um verdadeiro punk-pop-cigano-performático. Ao vivo, tudo isto se traduz em nove caóticas presenças em palco, numa sonoridade difícil de definir. Mas absolutamente fácil de digerir. Uma vez mais, obrigado Vanessa, pela deliciosa sugestão musical.
segunda-feira, dezembro 15, 2008
sexta-feira, dezembro 12, 2008
quinta-feira, dezembro 11, 2008
quarta-feira, dezembro 10, 2008
O primeiro artigo daquele documento, formalmente adoptado e proclamado pela Organização das Nações Unidas no dia 10 de Dezembro de 1948, tem a seguinte redacção: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”
A ideia de cidadania activa afirma-se historicamente com a expansão dos movimentos de massas e com a luta pela conquista dos direitos universais, precisamente há sessenta anos proclamados pela ONU. A cidadania, no mundo contemporâneo, prescinde da exigência dos vínculos comunitários tradicionais, não se reduz à pura afirmação da liberdade em face ao Estado, age na esfera da liberdade e pressupõe uma visão participada de cultura social e política.
Contudo, hoje como ontem, ainda não conseguimos interiorizar verdadeiramente a noção de participação cívica. Urge ensinar a comunidade a participar, dando voz ao cidadão comum, fazendo uso dos seus mais elementares direitos. Estamos definitivamente diante de um novo paradigma que engloba a busca de solução dos problemas sociais, o empenho na melhoria da qualidade de vida e a aposta nas conquistas significativas de cidadania, devidamente partilhadas.
sexta-feira, dezembro 05, 2008
quarta-feira, dezembro 03, 2008
“Não discriminação... igual a… inclusão social!"
Foi este o lema do Congresso Europeu sobre Deficiência, realizado em 2002 e que saudou a proclamação do ano de 2003 como o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, no sentido da necessidade de alertar a consciência da opinião pública sobre os direitos dos mais de 50 milhões de europeus com deficiência. Hoje, dia 3 de Dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, mais do que nunca, devemos assumir que os problemas das pessoas com deficiência ultrapassam as meras questões específicas de saúde, educação, transportes, barreiras arquitectónicas e outras, para se situarem no plano mais vasto dos Direitos Humanos.
A forma como o Poder e o próprio Cidadão Comum organiza a vida, as localidades, as infra-estruturas de educação e de cultura, a lógica produtiva e organizativa das empresas, marginaliza uma parte considerável da população, designadamente a população portadora de diferenças, físicas, psíquicas, ou ambas. Os cidadãos deficientes raramente têm oportunidade de assumir a sua condição de cidadãos de pleno direito.
Muitas das consciências não interiorizaram ainda que os cidadãos com deficiência têm, como os outros, direitos e deveres. Os estigmas que impendem sobre o cidadão com diferenças não foram ultrapassados, marcando ainda, de um modo geral, os comportamentos sociais. A discriminação constitui uma violação dos Direitos Humanos. Não é característica apenas de países ditos menos desenvolvidos, mora no espírito do Homem, no mais íntimo da sua consciência.
Toda a reflexão. Directo à Questão.
quinta-feira, novembro 27, 2008
Os jovens portugueses são cada vez menos, casam mais tarde e têm menos filhos, e ainda em idades mais tardias. Cerca de metade das crianças que nascem anualmente no nosso país têm mães com mais de 30 anos. Os números oficiais demonstram que as mulheres portuguesas estão a optar por ter as crianças mais tarde e depois de prestarem provas no campo profissional. E revelam ainda que o tão apregoado "relógio biológico" tem uma carga horária muito ampla, nem que para isso seja necessário recorrer à ajuda da medicina.
Simultaneamente, é possível constatar um significativo decréscimo de natalidade nas idades mais jovens, atingindo valores claramente abaixo dos 10% nos grupos etários entre os 20 e 24 anos e entre os 25 e os 29 anos.
No entanto, independentemente da faixa etária das mães, os números globais da natalidade em Portugal continuam particularmente baixos. Segundo o Instituto Nacional de Estatística nascem pouco mais de 100 mil crianças por ano, valores que se aproximam dos registados em meados da década de noventa. E são as mulheres com mais de 30 anos que impedem que o índice de fecundidade seja ainda mais baixo do que os actuais 1.4, o número de filhos por mulher em idade fértil.
Não obstante estarmos perante um modelo sócio-demográfico caracterizado por uma nupcialidade cada vez mais tardia, o casamento continua, efectivamente, a constituir a solução de conjugalidade mais frequente entre jovens portugueses, realça o relatório «Jovens em Portugal», uma análise do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa através de dados estatísticos desde 1960.
Os jovens portugueses permanecem actualmente mais tempo na escola e entram mais tarde no mercado de trabalho do que há 30 anos, prolongando o período em que dependem economicamente da família de origem, refere o referido relatório «Jovens em Portugal». Nos últimos 30 anos, o analfabetismo juvenil foi praticamente erradicado e a frequência dos níveis mais elevados de ensino dobrou de década para década, verificando-se um alargamento progressivo da idade média de permanência na escola.
Num passado não muito longínquo, ter filhos tardios era algo criticado socialmente e que decorria, muitas vezes, da falta informação das mulheres, coincidindo com a fase de pré-menopausa. Actualmente, as gravidezes tardias chegam mesmo a ser incentivadas, constituindo uma opção de mulheres com capital profissional e educacional. O maior investimento das mulheres no mercado de trabalho e as ainda prementes dificuldades em conseguir uma ampla conciliação entre o trabalho e a família parecem contribuir decisivamente para os números em análise. No entanto, a crise económica e financeira que o mundo atravessa só vem agudizar ainda mais as dificuldades dos casais portugueses, contribuindo para esta tendência de diminuição do número de filhos.
Todas estas modificações de âmbito mais macro, obrigam a novas respostas que possibilitem a transformação do problema dos números da natalidade em Portugal num aliciante desafio. Trata-se de uma necessária adequação a uma realidade que evolui constantementeem função de dinâmicas demográficas e socio-económicas, de alterações de política social e do desenvolvimento global.
quarta-feira, novembro 26, 2008
Ranking Best of 2008
A minha selecção dos melhores temas que soaram em 2008:
1. Coldplay – Viva La Vida
2. Alicia Keys – No One
3. Gabriela Cilmi – Sweet About Me
4. Nneka – Heartbeat
5. Deolinda – Fon-fon-fon
6. Linkin Park – Shadow Of The Day
7. Vampire Weekend – Oxford Comma
8. Duffy – Mercy
9. Katie Melua – If You Were a Sailboat
10. Os Pontos Negros – Conto De Fadas De Sintra A Lisboa
11. Perfume & Rui Veloso – Intervalo
12. Brandi Carlile – The Story
13. Plain White T’s – Hey There Delilah
14. Ana Free – In My Place
15. The Script – The Man That Can’t Be Moved
16. Yael Naim – New Soul
17. Mesa – Boca do Mundo
18. Jason Mraz - I'm Yours
terça-feira, novembro 25, 2008
terça-feira, novembro 18, 2008
Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz...
Miguel Torga
quinta-feira, novembro 13, 2008
terça-feira, novembro 11, 2008
O Mundo Mudou
Inspirado aqui.
sábado, novembro 08, 2008
segunda-feira, novembro 03, 2008
Empreendedorismo e Microcrédito: Dois conceitos indissociáveis na Economia do Século XXI
Vivemos tempos turbulentos na economia actual. É um facto indesmentível. A crise instalou-se e tem um impacto social global, num mundo ele próprio cada vez mais globalizado e “globalizante. Trazemos hoje à nossa reflexão um tema de uma enorme actualidade nos conturbados tempos que a economia atravessa e que consideramos que pode constituir uma das melhores respostas face aos desafios impostos pelo mercado em momentos delicados como os que actualmente vivemos. Falemos de microcrédito.
Segundo Muhammad Yunus, Prémio Nobel da Paz em 2006, através do microcrédito “mesmo o mais pobre dos pobres pode trabalhar no sentido do seu próprio desenvolvimento”. Assim, o microcrédito, mais do que uma inestimável estratégia de criação de emprego, constitui um verdadeiro instrumento de luta contra a pobreza e exclusão social.
O microcrédito é um processo de capacitação e de autonomização socioeconómica de pessoas, famílias e outros grupos sociais, baseado em duas ideias fundamentais: é pequeno na quantidade de dinheiro emprestado, mas é grande na convicção de que as pessoas têm capacidade para superar os seus limites e dificuldades.
Assim, o microcrédito valoriza, sobretudo, a capacidade de iniciativa, a vontade de cada um se tornar fazedor de um novo projecto de vida. Criar o seu próprio emprego e libertar-se da dependência de medidas de natureza assistencial, são algumas das suas mais valias. Por outro lado, esta via contribui ainda para a dinamização da actividade económica, em particular a nível local.
O microcrédito pressupõe a existência de uma boa ideia de negócio e a ausência de possibilidade de acesso ao mercado financeiro para a concretização dessa ideia. É por isso que o microcrédito, a inovação e o empreendedorismo são conceitos indissociáveis. Estes conceitos assentam num denominador comum: a motivação.
Já dizia um dos maiores gurus da gestão, Peter Drucker, que o “empreendedorismo não é uma ciência, nem uma arte. É uma prática”. O empreendedorismo é considerado o conjunto de comportamentos e actividades adoptados por pessoas que detectam uma oportunidade de negócio e se dedicam à criação de uma nova empresa para explorar essa oportunidade.
O empreendedor não é, pois, apenas aquele que tem uma excelente ideia. É aquele que faz. É aquele que é capaz de a colocar em prática. Uma boa ideia só é uma ideia empreendedora quando é colocada no terreno. Nesse sentido, o empreendedor é aquele que é capaz de conceber, de por em prática, e de instilar nos que o acompanham, uma atitude de desafio permanente, de vontade, de superação da indiferença.
Esta tónica colocada na vertente social do empreendedorismo tem o mérito de apontar para a possibilidade de transformação das condições de vida dos indivíduos, fazendo a capacidade empreendedora depender não apenas das competências individuais, mas também e sobretudo, das relações sociais do empreendedor. Segundo o Global Entrepreneurship Monitor, os empreendedores já não são só os capitalistas com recursos e acesso a oportunidades, mas também os indivíduos e comunidades motivados pela necessidade – os micro-empreendedores.
Estudos recentes sobre o empreendedorismo social afirmam que este se desenvolve em áreas e grupos sociais mais desfavorecidos em que o mercado tem vindo a falhar, nomeadamente nas mulheres, nos jovens, nos reformados, nos portadores de deficiência e nos desempregados.
O empreendedorismo social pode, pois, ser entendido como um processo de transformação sistémica. Neste contexto, as políticas de promoção e estímulo ao comportamento empreendedor podem aspirar a que as inovações sociais tenham um impacto mais amplo nos mecanismos de combate à exclusão social.
sexta-feira, outubro 31, 2008
segunda-feira, outubro 27, 2008
Um Recanto Junto ao Douro
No último fim-de-semana descobri um recanto deste rectângulo à beira-mar plantado. Um recanto todo ele cheio de pequenos outros recantos daqueles que reconfortam a alma e redobram energias. E não consegui resistir em partilhar algumas das emoções vividas. Tal como não vou resistir em recomendar uma visita obrigatória à Casa das Pipas, um verdadeiro paraíso enformado pelo nosso único Douro Vinhateiro, Património Mundial da UNESCO.
quinta-feira, outubro 23, 2008
Silent Magic Words
São um trio belga, chamam-se Hooverphonic e, desde que me foram apresentados, fiquei rendido ao seu som. Não podia deixar de partilhar este inaudito "Mad About You".
Mad About You
Feel the vibe,
feel the terror,
feel the pain,
It's driving me insane.
I can't fake,
For God's sake why am i driving in the wrong lane
trouble is my middle name.
But in the end I'm not too bad
Can someone tell me if it's wrong to be so mad about you
Mad about you,
Mad .....
Are you the fishy wine that will give me a headache in themorning
or just a dark blue land mine that will explode without a decentwarning.
Give me all your true hate and I'll translate it in our bed,
into never seen passion, never seen passion
that is why I am so mad about you
Mad about you,
Mad ....
Trouble is your middle name.
But at the end you're not too bad
Can someone tell me if it's wrong to be so mad about you
Mad about You
Give me all your true hate and I'll translate it in our bed,
into never seen passion
that is why I am so mad about you
Mad about you
Hooverphonic
quarta-feira, outubro 22, 2008
O Computador Magalhães Rumo à Info-inclusão
Aí está o computador Magalhães no primeiro ciclo do Ensino Básico. O mediático aparelho informático prepara-se para chegar às escolas portuguesas. O que será que podemos esperar da introdução do Magalhães no nosso sistema de ensino?
Sob o ponto de vista meramente pedagógico, é efectivamente discutível se a introdução do Magalhães pode produzir ganhos efectivos para os alunos em termos da aquisição das competências pedagógicas básicas. De facto, as metodologias e técnicas pedagógicas utilizadas para a aquisição e desenvolvimento dos processos psico-linguísticos básicos da leitura e da capacidade de raciocínio numérico e lógico-abstracto não se substituem à introdução da informática no processo de ensino-aprendizagem. No entanto, não tenho dúvidas que, sem se sobreporem às tradicionais técnicas de ensino, as tecnologias de informação e comunicação podem constituir um complemento fundamental para as aquisições básicas de aprendizagem no primeiro ciclo do Ensino Básico.
Para além de poder constituir-se como um importante apoio ao processo de ensino, complementando as técnicas pedagógicas já existentes e contribuindo para um aumento do factor motivacional junto dos alunos, o Magalhães pode ainda desempenhar um importante papel enquanto facilitador do acesso às tecnologias de informação e comunicação. Falamos, pois, da introdução de um computador na casa dos portugueses, muitos deles que, de outra forma, não estariam sensíveis para a importância de um acesso precoce às tecnologias de informação e comunicação. Falamos também aqui da importância social desta medida, uma vez que pode contribuir para um esbater das diferenças no acesso a um bem essencial dos nossos tempos, a sociedade da informação.
Parece-me que o computador Magalhães possui ainda a mais-valia de desempenhar um papel determinante na mobilização dos pais para o processo educativo dos filhos. Basta pensar na influência das crianças sobre os pais, na sua importância na modelização de comportamentos dos próprios encarregados de educação. Com a generalização do acesso às tecnologias de informação e comunicação nos vários níveis de ensino, espera-se que sejam os próprios alunos a sensibilizar os pais para a importância da informação nesta sociedade do conhecimento, contribuindo assim para a diminuição da info-exclusão junto das famílias portuguesas.
De referir, finalmente, a necessidade de uma formação adequada dos professores, para que a introdução do Magalhães possa efectivamente constituir uma importante mais-valia no sistema educativo, em particular no primeiro ciclo do ensino básico. Essa formação deve passar pela info-inclusão dos próprios docentes, tendo em vista a tal complementaridade necessária entre os métodos de ensino assistidos por computador e as ditas “clássicas” metodologias e técnicas pedagógicas de aquisição de competências básicas, como a leitura, a escrita ou a matemática.
A introdução do Magalhães nas casas de milhares de portugueses deve, pois, ser encarada, não como uma ameaça à aprendizagem das crianças, mas, sobretudo, como uma oportunidade. Uma oportunidade de ouro para a tão almejada generalização das tecnologias de informação e comunicação junto da população portuguesa. Rumo à necessária info-inclusão dos portugueses.
Estas e outras questões. Aqui.
terça-feira, outubro 21, 2008
quinta-feira, outubro 16, 2008
A Minha Próxima Vida
Woody Allen
segunda-feira, outubro 13, 2008
Cinemacção
Chama-se Another Way to Die e é o novíssimo tema de genérico da nova aventura de James Bond, 007 - Quantum of Solace. A música é potentíssima e resulta da inesperada (mas surpreendentemente bem conseguida) combinação entre as vozes de Alicia Keys e Jack White, dos White Stripes. O filme promete... Pelo menos se for tão bom como a música...
sexta-feira, outubro 10, 2008
quarta-feira, outubro 08, 2008
Palavras de Vida Eterna
Fado Toninho
Dizem que é mau, que faz e acontece
arma confusão e o diabo a sete
agarrem-me que eu vou-me a ele
não sei o que lhe faço
desgrenho os cabelos
esborrato os lábios
se não me seguram
dou-lhe forte e feio
beijinhos na boca
arrepios no peito
e pagas as favas
eu digo: - enfim,
ó meu rapazinho
és fraco para mim!
De peito feito ele ginga o passo
arregaça as mangas e escarra pró lado
anda lá, ó cobardolas
vem cá mano a mano
eu faço e aconteço
eu posso, eu mando
se não me seguram
dou-lhe forte e feio
beijinhos na boca
arrepios no peito
e pagas as favas
eu digo: enfim,
ó meu rapazinho
sou tão má para ti!
Ó meu rapazinho, ai
eu digo assim:
"- Se não me seguram
dou cabo de ti!"
Deolinda
quinta-feira, outubro 02, 2008
sexta-feira, setembro 26, 2008
Algumas das piores traduções de títulos de cinema:
Must Love Dogs - Mulher com Cão Procura Homem com Coração
Gone Baby Gone - Vista Pela Última Vez
Balls of Fury - Não me Toques nas Bolas
Love Actually - O Amor Acontece
Die Hard - Assalto ao Arranha Céus
Harold and Kumar go to the White Castle - Grande Moca Meu
White Man Can't Jump - Branco não sabe meter
See No Evil - Coleccionador de Olhos
Jersey Girl - Era uma vez...um pai
Shallow Ha - O Amor é Cego
Snatch - Porcos e Diamantes
Serendipity - Feliz Acaso
Road Trip - Sem Regras
The Bucket List - Nunca É Tarde Demais
Forgetting Sarah Marshall - Um Belo Par...de Patins
Sleepy Hollow - A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça
Bloodsport - Força Destruidora
Black Snake Moan - A Redenção
Monsters Ball - Depois do Ódio
Lost in Translation - O Amor é um Lugar Estranho
Are we there yet? - Estás frito, meu!
Shaun of the Dead - Zombies Party
Little Miss Sunshine - Família à Beira de um Ataque de Nervos
Keeping the Faith - Uma Loira muito Loira
Big Wednesday - Os Três Amigos
Run, Fatboy, Run - A Maratona do Amor
quarta-feira, setembro 24, 2008
Verdes Anos
The Muppet Show
A boa notícia é que os famosos "Marretas" estão de volta. E já podemos ir espreitando algumas pérolas da nova versão em http://muppets.com/. Aqui fica um delicioso abrir de apetite...
Por Sam, The Eagle...
Stars & Stripes FOREVER!
"O Momento da Verdade": Até onde pode ir a ganância e o mediatismo?
O novo fenómeno televisivo em Portugal chama-se “O Momento da Verdade” e é mais uma importação de uma fórmula de sucesso internacional. Naquele programa, é suposto os concorrentes serem confrontados com factos da sua vida pessoal e confirmarem a sua veracidade sob controlo electrónico. As verdades dos participantes valem uns milhares de euros e valem ainda algumas páginas de jornais.
Em primeiro lugar, o que é que leva alguém a concorrer a um programa destes? Os concorrentes sabem, à partida, que vão vender a sua vida privada. Também sabem, ou pelo menos deviam saber, que, ao exporem publicamente a sua intimidade, arriscam-se a magoar aqueles que com eles a partilharam. Também se parte do pressuposto que os participantes conhecem o mediatismo deste tipo de programas e o esforço que será feito para apelar à emoção.
No entanto, antes do programa, tudo isso parece pesar menos que o chorudo prémio em jogo ou as perspectivas de exposição mediática. Depois do programa, é que os participantes se lembram que o mediatismo é efémero e que correm o risco de arruinar a vida por “um punhado de euros”.
Assim sendo, as pessoas que participam neste tipo de concursos são tipicamente sujeitos egocêntricos, ou seja muito centrados em si próprios e na sua vida e muito menos naqueles que os rodeiam. Tendem a ter elevada auto-estima e a valorizarem-se facilmente perante o mundo, maximizando aspectos positivos e minimizando aspectos negativos. Habitualmente movidos pela ganância e pelo mediatismo, são pessoas pouco conscientes da importância dos outros na sua vida. É a típica figura do “Eu é que sei”. E, pelos vistos, há muitos portugueses assim. Em declarações à revista Sábado, Piet-Hein, da CBV Produções Televisivas, produtora do concurso, diz ter recebido entre 600 e 900 candidaturas, só numa primeira fase.
O formato tem todos os ingredientes de sucesso em Portugal. Emoção do primeiro ao último minuto, exposição da vida privada e sentimentos à flor da pele. Atrás deste programa de puro sensacionalismo e aproveitamento dos sentimentos alheios para ganhar audiências, a SIC criou todo um conjunto de outros programas, “tertúlias cor-de-rosa e companhia”, que se dedicam a analisar, ate à exaustão, cada uma das respostas dos concorrentes d’ “O Momento da Verdade”. E assim, os portugueses vão consumindo lixo televisivo atrás de lixo televisivo. E lá vamos podendo assistir, semanalmente, a um programa que é o espelho da tal sociedade de “brandos costumes”.
segunda-feira, setembro 22, 2008
Um bebé “activo” é um bebé “hiperactivo”?
Choro, birras sistemáticas, dificuldade em acalmar e recusa em comer e dormir são características dos bebés irritáveis que levam muitos pais e crianças às urgências hospitalares. Habitualmente, os pais falam de cólicas, mas muito recentemente, com a vulgarização do termo, é comum ouvirmos os pais falarem em “hiperactividade” dos bebés. Mas afinal, as cólicas serão desculpa para tudo? Será que um bebé de meses pode ser “hiperactivo”? E o que será melhor: uma criança rabujenta e agitada ou um bebé calmo e dorminhoco?
Uma coisa é um bebé que chora com regularidade mas consegue manter longos períodos de sono, outra coisa é uma criança que tem dificuldade em acalmar e organizar os ritmos de sono e alimentares. Será que podemos falar em hiperactividade nestes casos?
Parece-nos que a velha máxima de que cada caso é um caso se adapta perfeitamente ao ponto em discussão. Não há diagnósticos-chapéu, ou seja, não existe uma regra. No entanto, sabemos que os bebés são crianças muito sofisticadas que comunicam sistematicamente com a realidade envolvente.
Segundo o Manual Internacional de Diagnóstico das Perturbações Mentais - DSM-IV -, a Hiperactividade é um distúrbio caracterizado por um “padrão persistente de falta de atenção e impulsividade, com uma intensidade mais frequente e grave que o observado habitualmente nos sujeitos com um nível semelhante de desenvolvimento”. Estamos, pois, perante uma doença com critérios de diagnóstico bem definidos, que não se reduzem à agitação psicomotora e irritabilidade. É um distúrbio com alguma prevalência em idade escolar, mas nunca numa fase de desenvolvimento infantil.
Nestas idades, mais do que em hiperactividade, devemos antes falar em depressão, no sentido em que os sintomas comportamentais do bebé não são mais do que uma manifestação do verdadeiro problema da criança: a fraca reacção ou a reacção desadequada a estímulos no meio.
Pedopsiquiatras portugueses têm investigado a influência da depressão materna no comportamento e desenvolvimento emocional das crianças nos primeiros anos de vida, uma vez já ter sido comprovado que o estado emocional das mães pode afectar o bebé. Como referimos, os bebés estão em constante comunicação com a realidade envolvente. Uma gravidez de alto risco implica uma menor taxa de solicitações do meio. Logo, um bebé filho de uma mãe deprimida tem mais probabilidades de desenvolver um problema de atraso de crescimento intra-uterino. Esta criança, uma vez cá fora, longe do conforto do útero materno, vai reagir naturalmente menos aos estímulos da ernvolvente.
Em contrapartida, numa gravidez normal, o bebé, quando vem cá para fora, retoma um conjunto de ligações que lhe permite tranformar-se numa criança calma mas comunicativa, serena mas proactiva, porque já teve um pouco de tudo isso na barriga da mãe. É por isso que as mães grávidas não devem privar-se de emoções. É por isso que a comunicação é de extrema importância durante a gravidez.
Segundo o Professor Eduardo Sá, os bebés que mais preocupam os especialistas em Psicologia Infantil são os que nos berçários nunca dão problemas: “sempre caladinhos, nunca choram quando têm fome, é um pouco «estou mal, mas deixem-me estar», reagem pouco aos estímulos, dormem muito e adequam-se a todas as atitudes dos pais”. Para Eduardo Sá, “estes bebés já estão tão deprimidos que nem têm força para reagir com raiva. Os bebés não são anjos, reagem, choram... esses são os bebés saudáveis”.
Temos pois que deve ser muito mais preocupante para um pai um bebé que não chora, não ri, não tem birras, tem ritmos de sono desorganizados ou então está sempre a dormir, do que um bebé que chora, mexe, ri e faz birras. É a sua reacção natural aos estímulos do meio. É a sua forma de comunicar com o exterior.
Vá Directo à Questão. Aqui.
domingo, setembro 14, 2008
sexta-feira, setembro 05, 2008
quarta-feira, setembro 03, 2008
Obama ou McCain? Emoções ao Rubro na Terra do Tio Sam
Os Estados Unidos da América vão a votos em Novembro. É o culminar de todo um ano de intensidade política, mas também de enorme espectáculo e de grande exposição mediática. Apetece dizer… É disto que os americanos gostam. Nesta fase, que vivem com uma emoção incomparável à escala planetária, os americanos redescobrem as suas grandezas mas também os seus defeitos. E mostram ao resto do mundo que o país dos sonhos tem tanto de magia como de ilusão. Apesar do complexo sistema de eleição dos delegados e super-delegados de cada partido e da estranha dinâmica de voto em cada Estado, convenhamos que a eleição presidencial norte-americana se trata efectivamente de um processo emotivo, cheio de espectacularidade e com uma dinâmica invejável.
Com toda a pompa e circunstância, Barack Obama foi oficialmente aclamado como candidato à Casa Branca no último dia da Convenção Democrata, que juntou mais de 75 mil apoiantes reunidos no Estado do Colorado. Parece que ninguém tem dúvidas que ele será o futuro Presidente dos Estados Unidos da América. Ou será que há motivos para recearmos outro desfecho que não esse?
Nos últimos dias, surgiu a mais dinâmica e inesperada novidade do lado republicano. Sarah Palin, ex-Miss, Governadora do Alasca há dois anos, evangélica de 44 anos, assumidamente pró-armas e pró-petróleo, é a escolhida por McCain para a vice-presidência. Surpresa? Talvez não. Estratégia? Claro que sim.
Enquanto mulher, Sarah Palin faz um evidente piscar de olho a todo o eleitorado democrata que votou em Hillary Clinton e surge relutante em apostar em Obama. Em face da sua idade e do global desconhecimento da sua carreira, Sarah Palin surge como rosto da necessária mudança e renovação, aspecto em que os 72 anos de McCain não parecem ajudar muito.
Mas é na religião, área em que o eleitorado americano é tão sensível, que reside o busílis da questão. É aqui que os republicanos prometem ganhar votos decisivos. Depois de John McCain ter alcançado, segundo as sondagens, o apoio dos protestantes evangélicos, Sarah Palin tem um percurso particularmente apelativo para o eleitorado católico conservador. Assumidamente anti-aborto, é mãe de cinco filhos, assume a importância dos valores familiares e do equilíbrio entre carreira e família, e a cereja no topo do bolo é ter optado por ter tido o filho mais novo sabendo que ia nascer com Síndrome de Down.
Podemos facilmente criticar a escolha de Palin pela sua falta de currículo, pela sua inclusão pelo simples facto de ser mulher, pelo seu excessivo conservadorismo ou mesmo pela sua postura face ao poderoso lobby pró-armas. Mas os americanos é que votam. Segundo um estudo recente, se os europeus votassem, Obama tinha mais de 90% das intenções de voto. No entanto, algumas sondagens nos Estados Unidos, chegam a dar a vitória a McCain.
Mas os americanos é que votam. Sim, os americanos conservadores e avessos à mudança. Os americanos que temem pela sua segurança e não querem, de modo algum, perder a sua posição de hegemonia à escala mundial. Enfim, os americanos pródigos em deixar o resto do mundo à beira de um ataque de nervos.
Como refere Miguel Monjardino no Jornal Expresso desta semana, “De quatro em quatro anos, os europeus têm durante o Verão um sonho americano. Durante este agradável sonho, os americanos elegem um presidente sofisticado, intelectual, progressista, educado nas melhores universidades do país, eloquente, curioso em relação às mais recentes políticas públicas e ao que se passa no estrangeiro. Nessas abençoadas semanas, os europeus acordam optimistas em relação ao futuro do Velho e Novo Continente.
O problema é que a seguir vem o Outono. E com o Outono vem o choque e o pavor. O presidente ardentemente desejado no Velho Continente perde para um candidato conservador, anti-intelectual, céptico em relação ao papel do governo federal, adepto do mercado, retrógrado em questões sociais, religiosas e judiciais, partidário da pena de morte e apologista das virtudes do poder militar Americano.”
Será que o cenário volta a repetir-se este ano? Seguem-se os dois mais intensos meses de uma campanha presidencial como só os americanos nos sabem proporcionar. No próximo dia 4 de Novembro, descobriremos quem ri por último nesta história.
terça-feira, setembro 02, 2008
terça-feira, agosto 26, 2008
segunda-feira, agosto 25, 2008
Limpo Palavras
Limpo Palavras
Recolho-as à noite, por todo o lado:
a palavra bosque, a palavra casa, a palavra flor.
Trato delas durante o dia
enquanto sonho acordado.
A palavra solidão faz-me companhia.
Quase todas as palavras
precisam de ser limpas e acariciadas:
a palavra céu, a palavra nuvem, a palavra mar.
Algumas têm mesmo de ser lavadas,
é preciso raspar-lhes a sujidade dos dias
e do mau uso.
Muitas chegam doentes, outras simplesmente gastas,
estafadas, dobradas pelo peso das coisas
que trazem às costas.
A palavra pedra pesa como uma pedra.
A palavra rosa espalha o perfume no ar.
A palavra árvore tem folhas, ramos altos.
Podes descansar à sombra dela.
A palavra gato espeta as unhas no tapete.
A palavra pássaro abre as asas para voar.
A palavra coração não pára de bater.
Ouve-se a palavra canção.
A palavra vento levanta os papeis no ar
e é preciso fechá-la na arrecadação.
No fim de tudo voltam os olhos para a luz
e vão para longe,
leves palavras voadoras
sem nada que as prenda à terra,
outra vez nascidas pela minha mão:
a palavra estrela, a palavra ilha, a palavra pão.
A palavra obrigado agradece-me.
As outras não.
A palavra adeus despede-se.
As outras já lá vão, belas palavras lisas
e lavadas como seixos do rio:
a palavra ciúme, a palavra raiva, a palavra frio.
Vão à procura de quem as queira dizer,
de mais palavras e de novos sentidos.
Basta estenderes a mão para apanhares
a palavra barco ou a palavra amor.
Limpo palavras.
A palavra búzio, a palavra lua, a palavra palavra.
Recolho-as à noite, trato delas durante o dia.
A palavra fogão cozinha o meu jantar.
A palavra brisa refresca-me.
A palavra solidão faz-me companhia.
ÁLVARO MAGALHÃES
O Limpa-Palavras e Outros Poemas
terça-feira, agosto 19, 2008
segunda-feira, agosto 18, 2008
quarta-feira, agosto 13, 2008
Fraude ou a Busca da Perfeição?
A esta história juntou-se outra. A de que também as imagens do espectáculo fogo de artifício que entrou pelos nossos ecrãs na Cerimónia de Abertura de Pequim 2008 foram produzidas digitalmente e preparadas "in studio" ao longo do último ano.
Para que nada falhasse? Ou um sinal dos tempos?
Vale a pena conferir tudo o que se disse aqui.
Os Dias do Fim de Radovan Karadzic ou um Exercício sobre a Natureza Humana
O antigo líder político dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, detido a 21 de Julho na Sérvia acusado de genocídio, encontra-se actualmente a aguardar julgamento na prisão do Tribunal Penal Internacional de Haia. Karadzic é acusado de crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio, nomeadamente devido ao massacre de cerca de 8.000 muçulmanos em Julho de 1995 em Srebrenica, no este da Bósnia.
Grande responsável pelas sangrentas mortes da Guerra dos Balcãs, o antigo líder político viveu nos últimos 13 anos sob o nome de Dragan Dabic, um camponês e operário da construção civil, e sob a aparência de Petar Glumac, um curandeiro sérvio. Completamente transfigurado, quem era aquele homem que foi recentemente detido pelas autoridades sérvias? Seria o simpático curandeiro da aldeia que salvou da morte dezenas de enfermos ou o assustador carniceiro acusado da morte de milhares de muçulmanos? Um anjo ou um monstro? Existirá dentro de cada um de nós um ser violento capaz das maiores atrocidades? Será que estamos perante um homem de fundo bom?
Afinal de contas, a detenção de Radovan Karadzic provocou uma onda de protestos e manifestações dos seus seguidores, em pleno coração de Belgrado. Afinal de contas, os seus defensores dizem que ele não é mais culpado do que qualquer outro numa guerra em tempo de liderança política. Afinal de contas, a sua fuga às autoridades durante mais de uma década fez dele um herói internacional entre os sérvios da Bósnia. Em 21 de Fevereiro de 2008, no momento da independência da do Kosovo, dezenas de retratos de Karadzic invadiram Belgrado durante exibições de protesto. Afinal de contas, estamos perante um político com formação de base em Psiquiatria na Universidade de Sarajevo e um reconhecido autor de poesia, influenciado pelo escritor sérvio Dobrica Cosic.
Mas será que poderemos mesmo desculpabilizar Radovan Karadzic?
No “Le Monde”, em editorial, escreveu-se há tempos: « Radovan Karadzic encarnou o nacionalismo sérvio mais puro, mais duro, mais louco. Karadzic vivia no seu universo de poesia épica, fascinado pelo que chamava a sua "raça de guerreiros", rodeado de papas ortodoxos e de ideólogos parecendo não ter compreendido muito que a Europa tinha evoluído desde o fim da dominação otomana. O pior talvez para Karadzic é que ele terá sido detido não pelos Muçulmanos bósnios que quis exterminar, não pelos Ocidentais que odiava, mas por uma Sérvia prestes a sair da sua época mais demoníaca, uma Sérvia ainda muito nacionalista mas dirigida por democratas, um país prestes a reconciliar-se pouco a pouco com os seus vizinhos e a avançar para a Europa comunitária.»
De nada vale especular sobre a justeza da detenção do antigo líder sérvio. Não é possível perdoar a alguém responsável por milhares de mortes de pessoas inocentes. Não é possível perdoar a alguém que busca o extermínio de todo um povo. Não é possível perdoar a alguém que provoca tal sofrimento. Não é possível perdoar a alguém enlouquecido pelo poder e pela ambição.
Por detrás do simpático curandeiro de aldeia está o lado mais negro da existência humana. É essa existência que admite a violência como algo inato no seu ser. Mas que tem de condenar as formas extremas dessa violência, porque para qualquer característica inata existe um filtro social que impede a sua manifestação no estado mais puro. É esse filtro social que nos faz seres racionais e não meros animais que matam por puro instinto sobrevivência. Nesse filtro cabem, entre outros, os valores e normas sociais, as noções de cidadania e vida em comunidade, os imperativos de desenvolvimento e progresso humanos.
A violência é inata à natureza humana. A necessidade de poder é intemporal. Mas são sempre os valores os principais causadores das guerras. Sejam eles políticos, religiosos ou ideológicos.
Essa comunidade que resulta de um processo de desenvolvimento social e humano – com falhas, é certo – vai fzer Radovan Karadzic responder pelos seus crimes. Não é o modelo perfeito. Nunca será possível unificar valores e crenças à escala universal. Mas a humanidade precisa de evoluir. E, enquanto cidadãos, todos somos responsáveis por esse desenvolvimento.
Todas as Questões. Aqui.
sexta-feira, agosto 08, 2008
Chega De Saudade
Vai minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai
Mas, se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calada assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim...
Vinicius de Moraes
quinta-feira, agosto 07, 2008
sexta-feira, agosto 01, 2008
Hoje são países industrializados e modernos, mas por engano. Segundo a fundação europeia que criou esta nova classificação, no estudo a que o DN teve acesso, este grupo de países especiais é muito pequeno. Alias, tem mesmo um sóelemento: Portugal.
A Fundação Richard Zwentzerg (FRZ), iniciou há uns meses um grande trabalho sobre a estratégia económica de longo prazo. Tomando a evolução global da segunda metade do século XX, os cientistas da FRZ procuraram isolar as razões que motivavam os grandes falhanços no progresso. O estudo, naturalmente, pensava centrar-se nos países em decadência. Mas, para grande surpresa dos investigadores, os mais altos índices de aselhice económica foram detectados em Portugal, um dos países que tinha também uma das mais elevadas dinâmicas de progresso.
Desconcertados, acabam de publicar, à margem da cimeira de Lisboa, os seus resultados num pequeno relatório bem eloquente, intitulado: "O País Que Não Devia Ser Desenvolvido".
Num primeiro capítulo, o relatório documenta o notável comportamento da economia portuguesa no último meio século. De 1950 a 2000, o nosso produto aumentou quase nove vezes, com uma taxa de crescimento anual sustentada de 4,5 por cento durante os longos 50 anos. Esse crescimento aproximou-nos decisivamente do nível dos países ricos. Em 1950, o produto de Portugal tinha uma posição a cerca de 35 por cento do valor médio das regiões desenvolvidas.
Hoje ultrapassa o dobro desse nível, estando acima dos 70 por cento, apesar do forte crescimento que essas economias também registaram no período. Na generalidade dos outros indicadores de bem-estar, a evolução portuguesa foi também notável.
Temos mais médicos por habitante que muitos países ricos. A mortalidade infantil caiu de quase 90 por mil, em 1960, para menos de sete por mil agora. A taxa de analfabetismo reduziu-se de 40 por cento em 1950 para dez por cento. Actualmente a esperança de vida ao nascer dos portugueses aumentou 18 anos no mesmo período. O relatório refere que esta evolução é uma das mais impressionantes, sustentadas e sólidas do século XX. Ela só foi ultrapassada por um punhado de países que, para mais, estão agora alguns deles em graves dificuldades no Extremo Oriente. Portugal, pelo contrário, é membro activo e empenhado da União Europeia, com grande estabilidade democrática e solidez institucional. Segundo a FRZ, o nosso país tem um dos processos de desenvolvimento mais bem sucedidos no mundo actual.
Mas, quando se olha para a estratégia económica portuguesa, tudo parece ser ao contrário do que deveria ser. Segundo a Fundação, Portugal, com as políticas e orientações que seguiu nas últimas décadas, deveria agora estar na miséria. O nosso país não pode ser desenvolvido. Quais são os factores que, segundo os especialistas, criam um desenvolvimento equilibrado e saudável? Um dos mais importantes é, sem dúvida, a educação.
Ora Portugal tem, segundo o relatório, um sistema educativo horrível e que tem piorado com o tempo. O nível de formação dos portugueses é ridículo quando comparado com qualquer outro país sério. As crianças portuguesas revelam níveis de conhecimentos semelhantes às de países miseráveis. Há falta gritante de quadros qualificados. É evidente que, com educação como esta, Portugal não pode ter tido o desenvolvimento que teve. Um outro elemento muito referido nas análises é a liberdade económica e a estabilidade institucional. Portugal tem, tradicionalmente, um dos sectores públicos mais paternalista, interventor e instável do mundo, segundo a FRZ. Desde o "condicionamento industrial" salazarista às negociações com grupos económicos actuais, as empresas portuguesas vivem num clima de intensa discricionariedade, manipulação, burocracia e clientelismo. O sistema fiscal português é injusto, paralisante e está em crescimento explosivo. A regulamentação económica é arbitrária, omnipresente e bloqueante.
É óbvio que, com autoridades económicas deste calibre, diz o relatório, o crescimento português tinha de estar irremediavelmente condenado desde o início. O estudo da Fundação continua o rol de aselhices, deficiências e incapacidades da nossa economia. Da falta de sentido de mercado dos empresários e gestores à reduzida integração externa das empresas; da paralisia do sistema judicial à inoperância financeira; do sistema arcaico de distribuição à ausência de investigação em tecnologias. Em todos estes casos, e em muitos outros, a conclusão óbvia é sempre a mesma:
Portugal não pode ser um país em forte desenvolvimento.Os cientistas da Fundação não escondem a sua perplexidade.Citando as próprias palavras do texto:
"Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um tal nível de desenvolvimento?"
A resposta, simples, é que ninguém sabe.
Há anos que os intelectuais portugueses têm dito que o País está a ir por mau caminho. E estão carregados de razão. Só que, todos os anos, o País cresce mais um bocadinho. A única explicação adiantada pelo texto, mas que não é satisfatória, é a incrível capacidade de improvisação, engenho e "desenrascanço" do povo português. No meio de condições que, para qualquer outra sociedade, criariam o desastre, os portugueses conseguem desembrulhar-se de forma incrível e inexplicável.
O texto termina dizendo: "O que este povo não faria se tivesse uma estratégia certa?".»
quinta-feira, julho 24, 2008
Os Jogos Olímpicos constituíram desde sempre, ao longo da história, um espelho do clima político e social à escala mundial. Apesar de serem ancorados, desde os tempos da Grécia Antiga, num espírito pacificador – através da famosa “trégua olímpica” – muitas foram as vezes que este propósito subjacente à dinâmica dos Jogos não se concretizou. Por exemplo, nas duas Grandes Guerras Mundiais os Jogos Olímpicos não se realizaram. Em contrapartida, noutras ocasiões, conseguiram ser mesmo desencadeadores de guerras. Em 1972, membros da equipa israelita foram feitos reféns por uma equipa de comandos palestinianos extremistas, provocando uma série de mortos, naquele que haveria de ficar para a história como o Massacre de Munique. Já em 1936, Hitler serviu-se dos Jogos para tentar mostrar a superioridade da raça ariana e recusou-se a entregar a medalha de ouro ao atleta Jesse Owens.
Também a mensagem Humanista, baluarte do espírito olímpico, muitas vezes deixou de ser cumprida. Constituem exemplos os famosos boicotes aos Jogos de 1980 e 1984, durante a Guerra Fria, pelo bloco de países soviéticos e pelos Estados Unidos, respectivamente, e ainda mais recentemente, o violento atentado à bomba ocorrido em Atlanta nos Jogos de 1996.
Temos pois que, dada a importância e a visibilidade dos Jogos Olímpicos à escala mundial, vem vindo a assistir-se a uma subversão dos princípios que norteiam este acontecimento, tendo os Jogos sido frequentemente usados enquanto palco privilegiado para a expressão mais ou menos directa de confrontos políticos e reivindicações sociais. Não é, portanto, surpreendente a recente polémica em torno de um eventual boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim, no próximo Verão.
Nesta questão, há um facto inquestionável. À luz dos princípios de Direito Internacional, a ocupação do Tibete pelo Estado Chinês é uma ocupação ilegítima e contrária a todos esses princípios que esse tal Estado Chinês diz respeitar. E o outro estado, o estado a que a situação chegou actualmente, é o resultado de anos e anos de uma enorme repressão religiosa, económica e política por parte da China.
Muito para além do caso tibetano, esta posição repressora da China tem claramente contribuído para as dramáticas situações vividas nos territórios do Darfur e da Birmânia. E mais, a China é o maior protector diplomático da Kartum e Rangoon, e o maior consumidor do petróleo produzido no Sudão.
Os Jogos Olímpicos têm ainda posto a nu todos os problemas ligados à protecção dos Direitos Humanos na China, nomeadamente quando nos chegam notícias de uma verdadeira limpeza nas ruas de Pequim, de mendigos, prostitutas e outras formas visíveis de pobreza.
Contudo, parece-me que um boicote às Olimpíadas não constitui, de forma alguma, a melhor resposta no contexto actual. São particularmente evidentes os prejuízos para os atletas, que se prepararam anos a fio para o maior evento desportivo à escala mundial e vêem assim goradas as expectativas de sucesso alimentadas durante os últimos tempos. Em meu entender, apenas uma combinação entre medidas de repressão sobre a China e diálogo diplomático com Pequim poderá produzir resultados valorosos.
O poder actual da China na economia à escala mundial não pode ser ignorado. A realização dos Jogos Olímpicos do próximo Verão, mais do que uma ameaça, deverá constituir uma oportunidade para o povo chinês provar a sua capacidade de organização e a sua influência no Mundo. Não pode é de maneira alguma servir para mascarar as evidentes desigualdades sociais do país e afirmar o poder do Estado Chinês por via da força e da repressão sobre os mais fracos.
Os tibetanos encontraram, naturalmente, nos Jogos Olímpicos, uma janela de oportunidade para fazerem ouvir a sua mensagem. Neste contexto, o Dalai Lama encara hoje o seu maior desafio desde o exílio, há 49 anos. Será que a sua mensagem de paz trará definitivamente a liberdade ao seu povo? Uma coisa é certa. A mensagem passou e, independentemente do desfecho final desta História, o Tibete pode pelo menos congratular-se com uma maior abertura e sensibilização da comunidade internacional para um grave problema de violação dos Direitos Humanos.
Comente estas e outras reflexões. Aqui.
terça-feira, julho 22, 2008
segunda-feira, julho 14, 2008
A Jogar PacMan? Que vergonha... Vai mas é trabalhar!!...
Se ainda fosse o SuperMario!... Esse sempre é canalizador e faz alguma coisa de útíl para a sociedade!...
terça-feira, julho 08, 2008
A Qualidade dos Exames no Contexto da Qualidade do Ensino
Muito se tem discutido sobre a facilidade dos Exames Nacionais deste ano. Apetece-me começar por afirmar que, uma vez mais, os portugueses revelam a sua crónica insatisfação e inconformismo. Se os exames são difíceis é porque são difíceis e exigem demasiado dos alunos, as questões não são claras ou avaliam temas laterais. Se os exames são fáceis é porque são fáceis e não exigem qualquer esforço, as questões são demasiado básicas ou não reflectem o nível de exigência esperado. É verdade que o português tem opinião sobre tudo e está sempre pronto a criticar o que quer que seja. Mas será que desta vez tem mesmo razão? Os Exames deste ano foram mesmo mais fáceis que o habitual? E será que isso é positivo ou negativo?
Qualquer inquérito informal efectuado “junto de um professor perto de si” será suficiente para perceber que a opinião generalizada é a de que, de facto, as Provas e Exames produzidos este ano pelo Ministério da Educação foram efectivamente mais fáceis, quando comparados com os dos anos anteriores.
Será justo avaliar a qualidade de uma escola pela nota dos Exames Nacionais dos seus alunos? Existem demasiadas variáveis que interferem na qualidade do ensino produzido numa determinada escola para que possamos reduzi-la às classificações dos Exames e depois produzir rankings a partir desses dados, anualmente divulgados e amplamente difundidos pela comunicação social. Esta classificação dos estabelecimentos de ensino mostra-se puramente artificial, ignorando as diferenças socais existentes entre as populações de cada escola e contribuindo para o agudizar da questão relacionada com a diferenciação entre ensino público e privado. Procura-se, com base em critérios de classificação discutíveis, criar uma elite que diferencie das restantes as melhores instituições de ensino, aquelas que melhor preparam os alunos. As escolas, para não se verem sem a sua matéria-prima, os alunos, que “fogem” para as melhores instituições, vêem-se obrigadas a utilizar várias estratégias para conseguirem cativar jovens, cada vez em menor número numa sociedade envelhecida. Os alunos, esses procuram o melhor para a sua formação, tomando como critério de tomada de decisão a exigência e a qualidade do estabelecimento de ensino. Será esta a resposta da escola a uma sociedade competitiva e exigente? Estaremos nós a regressar ao modelo da “escola-fábrica” que vigorou num passado não muito longínquo? Deverá a educação constituir uma mercadoria, como qualquer produto de consumo imediato? Serão os alunos meros produtos de um processo cuja qualidade varia de escola para escola? E mais, será justo avaliar a qualidade dos professores pelas classificações dos seus alunos nos Exames?
Temos pois que é nossa opinião que a qualidade de um estabelecimento de ensino ou de um professor de uma determinada disciplina não pode ser avaliada exclusivamente (ou maioritariamente) pelas classificações dos Exames. Mas se isso é verdade, também o é que os exames constituem uma das melhores formas – se não a melhor! – de comparar alunos. Sim, de facto a nota de um aluno não pode ser reduzida ao resultado de um Exame (que pode naquele dia ter corrido pior devido ao nervosismo, ou por ter incidido mais sobre aquela matéria que dominava pior). Contudo, o Exame tem, e é justo que continue a ter, um peso significativo na selecção dos alunos. E é aqui que reside o busílis da questão.
Se no 4.º, 6.º ou 9.º ano de escolaridade, ou seja, no terminus de cada ciclo de ensino da escolaridade obrigatória, os exames servem sobretudo para nivelar competências e aferir conhecimentos (daí serem – e muito bem – designados como “Provas de Aferição”), no 12.º ano eles têm um peso absolutamente significativo no acesso ao Ensino Superior. Nesta fase, os Exames adquirem uma outra função – a função discriminatória. Ou seja, contribuem decisivamente para a selecção dos candidatos que acedem ao Superior e dos Cursos e Instituições que representam.
É extraordinariamente gratificante encontrar um professor a festejar a alegria de um aluno seu que sai da prova eufórico porque achou fácil ou porque correu bem. Ou daquele que conseguiu entrar no curso superior da sua preferência. Muitos professores vivem e sobrevivem diariamente na sua profissão para este tipo de pequenas alegrias. Mas os alunos não podem, pura e simplesmente, entrar todos no Ensino Superior.
É por isso que consideramos que os Exames não podem ser difíceis, no sentido em que devem ser claros e não conduzir a dúvidas de interpretação ou correcção e devem avaliar temas centrais e competências chave. Mas também não podem ser fáceis, no sentido em que devem ter um nível de exigência mínimo que possibilite a distinção entre quem estudou e quem não estudou, e entre quem atingiu as competências e quem superou essas competências. E nós sabemos que atingir este equilíbrio é um desafio para quem elabora uma prova com a exigência de um Exame Nacional.
Falamos de qualidade das escolas, de qualidade dos professores, de qualidade do ensino. Agora falamos da qualidade dos Exames. E, em meu entender, a qualidade dos Exames deste ano será medida não pelo número de positivas ou pelo número de alunos que concluíram o Ensino Secundário, ou ainda pelas classificações mínimas de acesso ao Superior. Estes valores até podem subir todos em relação ao ano anterior e isso não significa que os exames tenham tido melhor qualidade. Essa qualidade dos Exames tem que ser avaliada pelo diferencial entre a nota da disciplina (resultado de um processo de aprendizagem contínuo) e a classificação do Exame. Se um aluno tiver nota 10 no final do ano e tiver 18 no Exame algo estará mal. E lá chegamos novamente aos professores. A culpa terá que ser sempre deles?
Vá Directo à Questão. Aqui.