sexta-feira, abril 27, 2007

Eu vou lá estar...

quarta-feira, abril 25, 2007

Life Is A Masterpiece

"Bebés chinesas, recém-nascidas, abatidas por terem o azar de terem sido mulheres. Estádios de futebol meio cheios, meio vazios, gente que grita a plenos pulmões por onze homens que correm num relvado rectangular.
Poças de lama, montes de areia, onde crianças sem sonhos empurram pedras umas às outras, à espera que um dia apareça a tão ansiada bola. Casas inteligentes. Barracas inconsistentes. Colégios privados. Escolas sem quadros. Greves de tempos a tempos. Guerrilhas todos os dias. Tiros na televisão. Tiros ao virar da esquina.
O que fazer no fim-de-semana? Como sobreviver ao fim-de-semana?
Google, Skype, I-Tunes, You-Tube. E porque não temos nós um computador? Mulheres obcecadas pelas medidas da cintura, da anca, das pernas, mulheres que deixam de comer. Mulheres que dariam tudo para ter meio grama a mais, apenas para sobreviver.
Bares vintage, discotecas fashion, restaurantes imperdíveis, areais a descobrir, os novos lugares de culto. O único culto é um Deus demasiado ausente.
Centenas de homens e mulheres que se matam em estradas, no que seria mais uma viagem. Centenas de homens e mulheres que se matam pela terra, pela água, pela fome, pelo medo, pelo desespero, pela descrença, pelo abandono, pelo caos, pela morte à sua volta.
Blogs de política, blogs de escárnio e maldizer, blogs de tudo, de nada, e de mais alguma coisa. Acesso ao blogspot proibido na China - e onde mais? Senhoras de sacos azuis passeando pelas ruas de Ipanema, majores e presidentes de charuto na boca com todo o tempo de antena.
Em 2003, no país das liberdades congeladas, o homem mais rico da Rússia, Mikhail Khodorkovsky, foi preso porque insinuou candidatar-se a presidente – continua atrás das grades.
Os Óscares, os Globos de Ouro, os Emmys, os Grammys, as festas mil, os vestidos de sonho. E porque não temos nós uma televisão? O novo grito em telemóvel. O último grito de socorro.
O mundo é assim. Alguém o desenhou feito de contrastes.
Enquanto a França está indecisa entre a bela Ségolène e o cinzento Nicolas Sarkozy, no Sri Lanka o grande duelo é entre o governo e os Tigres do Tamil.
Enquanto em Espanha se comenta à boca fechada a gravidez, a magreza, os sorrisos e os olhares da princesa Letizia, a Birmânia mudou de capital sem dizer ai nem ui, e mantém a Aung Sang Kyi presa há tantos anos que isso deixou de ser notícia, quanto mais as lutas internas pelo poder.
Enquanto nos EUA se espera que Bush caia da cadeira, na Libéria, que ironicamente significa "terra da liberdade", a guerrilha permanece nas armas que cada criança carrega como se fossem brinquedos.
Enquanto no Brasil a violência dispara, querem-nos fazer crer que na Serra Leoa a situação está controlada pela meia dúzia de capacetes azuis que nada podem face à rebelião – acreditam mesmo nisto?
Enquanto nos Açores se emigra para o Canadá em busca de salários melhores, quem nasce no Burkina Faso sabe que a vida tem de ser feita noutro lado – só que esse outro lado é lado nenhum.
Enquanto em Cuba se espera o fim anunciado de Fidel, o Sudão tem uma guerra civil sem fim à vista, só que isso não abre telejornais – nem os mais de dois milhões de mortos em 20 e tal anos de conflitos.
Enquanto na Holanda se comem cogumelos mágicos como se anda de bicicleta, a República de Angola é um poço de petróleo e diamantes de sangue, só que é feio dizer isso, quanto mais escrevê-lo..."

Ana Murcho - Jornalista
anamurcho@gmail.com
In http://lifeisamasterpiece.blogspot.com/

Lamentável...

segunda-feira, abril 23, 2007

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O Exame de Inglês Técnico de José Sócrates

sexta-feira, abril 20, 2007

Lamentável...

Uma reportagem épica numa das maiores e mais simbólicas festas de Portugal. Uma envolvência única, um encontro de culturas, uma capacidade organizativa ímpar. Filosofias, políticas ou ideologias à parte, esta é uma festa do povo. Avante, camaradas!!...

quarta-feira, abril 18, 2007

Pura Ilusão...

segunda-feira, abril 16, 2007

“A flexibilidade laboral ou a «corrosão do carácter»?” (II)
Nos termos de Kóvacs, uma das características definidoras do actual mercado de trabalho é a turbulência, um atributo que encontra expressão na coexistência de tendências diversas (e até contraditórias), tais como: a emergência de novas competências associadas às transformações técnico-organizativas, a rápida obsolescência dos conhecimentos adquiridos, o aumento do desemprego, a difusão de formas atípicas e precárias de emprego.
Em bom rigor, as inovações tecnológicas originaram a alteração de todas as competências adquiridas ao longo dos anos no exercício de uma mesma profissão. Surgiu um novo saber-fazer, onde é indispensável a intervenção da formação, quer na actualização e reconversão de activos, quer na qualificação de jovens. A dinâmica do progresso tecnológico tem vindo a impor a necessidade de revisão dos sistemas qualificantes (sistemas de ensino e formação) e dos conceitos de qualificação já existentes.
A aprendizagem clássica confronta-se, então, com novas exigências, visíveis na necessidade de aquisição de novos conhecimentos e na remodelação das relações de aprendizagem profissional, obrigando a um processo de mudança organizacional, no âmbito da reciclagem, formação e flexibilidade do factor “trabalho”.
Em Portugal, este sistema enfrenta dificuldades muito maiores do que nos países industrialmente mais avançados, uma vez que a formação escolar obrigatória é reduzida, a qualificação técnica e profissional da mão-de-obra é baixa, os circuitos de formação são frágeis, e é escasso o número de organismos públicos promotores de formação. Além disso, a par de uma fraca ligação entre universidades e empresas, é muito reduzido o número de empresas com estruturas de formação inicial, contínua e de especialização.
O sistema de ensino-formação encontra-se, deste modo, sob forte pressão social. Se, por um lado, deve satisfazer em qualidade e em quantidade a procura de qualificações, antecipar as mudanças e criar mecanismos para a aprendizagem ao longo da vida, por outro lado, é solicitado para atenuar ou corrigir os efeitos negativos do funcionamento do mercado de trabalho.
Todavia, é importante relevar que a pressão social exercida sobre o sistema de formação alarga o seu “mercado social”. Neste “mercado” incluem-se os grupos com empregabilidade fragilizada: indivíduos que se encontram em risco ou em situação de exclusão do mercado de trabalho (v.g., os desempregados de longa duração, os deficientes, as minorias étnicas, os trabalhadores com mais de 45 anos e em risco de desemprego, e os jovens com baixo nível de escolaridade e com debilidades de formação), bem como todos os que, devido ao pobre conteúdo do trabalho que realizam, aos baixos níveis de habilitação ou aos vínculos contratuais instáveis, acabam por não ter condições para o desenvolvimento de competências mais valorizadas pelas empresas e, por conseguinte, melhorar as perspectivas da sua empregabilidade.
À tão preconizada flexibilidade laboral deve contrapor-se a segurança dos trabalhadores, em termos de qualidade dos postos de trabalho que ocupam, da possibilidade de manter o seu emprego e de construir uma carreira. Ora, é este equilíbrio, sedutor, mas difícil, que o modelo social europeu quer atingir.

sábado, abril 14, 2007

Fantástico...

Mais uma saudosa pérola do humor "hermaniano". Desta vez o programa chamava-se Herman Enciclopédia (1997), talvez apenas o melhor momento da carreira do artista.

quinta-feira, abril 12, 2007

Verdes Anos

Verão Azul

“A flexibilidade laboral ou a «corrosão do carácter»?” (I)

Numa economia de “pleno emprego”, o trabalho não é apenas um meio de produção de riqueza, mas também um meio de integração social. O trabalho remunerado com duração indeterminada (salário regular colectivamente negociado, e um conjunto de direitos e garantias) tornou-se uma importante fonte do desenvolvimento identitário, ético e cognitivo do indivíduo, conferindo um estatuto social ao trabalhador.
Na sociedade centrada no trabalho, predomina o trabalho remunerado regular efectuado numa empresa, com base num vínculo contratual estável e num compromisso de longo prazo que fundamenta a autonomia e a cidadania.
Contudo, as profundas mutações actuais da organização económica e social colocam cada vez mais em causa os conceitos e as representações de trabalho, emprego e empresa que foram construídas desde o início do século XX. Com o início da falência do modelo tradicional de organização e gestão, que funcionava segundo modelos tayloristas de produção em massa, constatamos que a estabilidade e previsibilidade é, hoje em dia, substituída pela mudança e flexibilidade, consequência dos modelos económicos de desenvolvimento actuais, sustentados numa lógica de globalização da economia e do próprio conhecimento. Seríamos ingénuos se considerássemos que estas alterações têm apenas consequências ao nível do trabalho. Afectam de igual forma a organização das relações sociais, profissionais e a própria organização mental do indivíduo.
Estas modificações implicam a crise do “pleno emprego”, do trabalho assalariado, da integração social pelo emprego, e, ao mesmo tempo, a crise do Estado-providência (Welfare State) e das formas de regulação social do trabalho – aspectos que, adicionados ao aumento de liberdade de acção das empresas, podem contribuir para a disseminação de empregos precários (mal pagos, incertos, não oferecendo perspectivas de progresso profissional).
Em rigor, o trabalho assalariado sofreu grandes metamorfoses nas últimas décadas. A diversificação e a flexibilização das suas formas encontram-se associadas à complexificação, heterogeneização e fragmentação do trabalho entendido como actividade produtiva.
Contudo, existem riscos nesta nova realidade, bem ilustrados por Sennett (1998). “A flexibilidade, vista a partir de baixo, é a fragmentação do tempo, é viver em risco de ambiguidade, é perder a noção de estabilidade, é a vida feita de sucessivos agoras e recomeços contínuos. A flexibilidade é o subtil fim da carreira profissional e o desprezo pela experiência acumulada... a corrosão do carácter”.
O contrato de trabalho, tal como o conhecíamos, está a ser progressivamente questionado enquanto dimensão aparentemente antagónica da flexibilidade laboral. Uma das figuras emblemáticas do contrato de trabalho, a melhoria das condições de remuneração e de carreira de acordo com a antiguidade na empresa, tem entrado em declínio. O ritmo acelerado da evolução tecnológica tem originado uma dessintonia entre mérito e antiguidade, fazendo com que os trabalhadores não se consigam manter actualizados e entrem precocemente na situação de “ramos mortos”. A não resolução deste problema, mormente através do recurso a formação profissional adequada, conduz necessariamente a um processo designado de ruptura tecnológica, em que as organizações têm, simultaneamente, pessoas a mais (sem as competências indispensáveis para o futuro) e pessoas a menos.

terça-feira, abril 10, 2007

Fantástico...

O melhor momento do Hora H

Lusos Encantos



Falésia Sombria

segunda-feira, abril 09, 2007

A Devida Comédia
Pergunto-me quando é que a maioria dos supostos tugas sofredores da bonomia nacional tão alardeada (traduzo: estupidez crassa e imbecilidade latente) conseguirão perceber o que se retrata a seguir... Criancinhas.
A criancinha quer Playstation. A gente dá. A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa. A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate. A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha. A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente. A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando. A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher. Desperta. É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares. A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada. A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira. A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».
Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal. Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu». A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».
Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha? Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos.
Miguel Carvalho, Visão on-line, 1 Março 2007
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quinta-feira, abril 05, 2007

Recordar é Viver

Última edição do concurso Roda da Sorte, RTP 1, 1994.

Lamentável...

quarta-feira, abril 04, 2007

A Doninha Está de Volta



Dialectos de Ternura é o primeiro e apaixonante single do novo trabalho da Doninha, que já nos habituou a estas pérolas. Negócios Estrangeiros (escrito por José Luís Peixoto) é, para mim, um dos melhores temas em português dos últimos tempos, a cereja no topo do bolo de um álbum que é já um caso sério de sucesso. A prová-lo o disco de platina alcançado no próprio dia de lançamento por vendas superiores a 20 mil unidades. Amor, Escárnio e Maldizer saiu na segunda-feira e os Da Weasel protagonizaram no programa Há Vida em Markl, nas Manhãs da Antena 3, um dos mais hilariantes momentos radiofónicos dos últimos tempos, que pode ser escutado aqui.

terça-feira, abril 03, 2007

Recordar é Viver

domingo, abril 01, 2007

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