sexta-feira, agosto 31, 2007

Fantástico

Everybody's Free (To Wear Sunscreen)

Always wear sunscreen... Specially to YOU...

segunda-feira, agosto 27, 2007

Cinemacção

A crítica diz que é um dos melhores filmes de animação dos últimos tempos e, provavelmente, o melhor filme do ano saído de Hollywood até ao momento. Ratatouille é o desenho animado dos estúdios Pixar sobre um rato cozinheiro que tem animado as salas de cinema de todo o país.

Segundo Nuno Markl, Ratatouille provoca no espectador "uma contagiante onda de felicidade que só os grandes clássicos da animação são capazes de provocar, sejam eles épicos como O Rei Leão, anárquicos como uma boa curta da Warner Bros assinada por Chuck Jones, sarcásticos como um bom episódio d' Os Simpsons ou perversos como uma aventura de Ren & Stimpy. Tudo o que nos faz amar o cinema de animação é-nos recordado por Ratatouille".

Le Festin, a canção do filme é escrita por Michael Giacchino e interpretada pela cantora francesa Camille. É mais uma agradável surpresa.

Definitivamente, eu que nem sou particularmente fã de cinema de animação, tenho que ver Ratatouille. Ou não fosse a Ratatouille também uma das minhas iguarias de eleição.

quarta-feira, agosto 22, 2007

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Lusa Atenas... SEMPRE!



Cartaz da Queima das Fitas 1935


sexta-feira, agosto 17, 2007

Assim Não…

Silly - [‘sili], s. louco; estúpido; parvo. (in Dicionário Inglês-Português, Porto Editora)

O elenco e análise crítica dos mais loucos, estúpidos, parvos (e lamentáveis) acontecimentos que estão a marcar a precisamente denominada “silly season”.

1. A versão portuguesa do filme “Os Simpsons”.

Quando uma série que leva 18 temporadas de exibição, associadas a mais de duas décadas de sucesso, é transmitida anos a fio no nosso país na sua versão original, legendada em português, não se percebe que o filme, fiel à série, que leva Homer, Bart, Marge e companhia pela primeira vez ao grande ecrã, seja dobrado em português. E que a versão na língua original esteja arredada da maior parte das salas de cinema nacional. Sobretudo porque falamos de uma série adulta (a todos os níveis), com um público-alvo fiel (não são de certeza crianças de 6 anos), que se habituou às vozes de sempre dos Simpsons (não é fácil imaginar outras). Assim não…

2. O afastamento de Dalila Rodrigues do comando do Museu Nacional de Arte Antiga.

Só quem não conhece o fantástico espólio do MNAA e o excelente trabalho desenvolvido por Dalila Rodrigues nos últimos tempos é que poderá ficar indiferente à decisão de não renovação da comissão de serviço da ainda directora do Museu por parte da tutela. Mormente quando o motivo para que tal aconteça é a manifestação pública de posições discordantes com o Governo. Assim não…

3. O desaparecimento de Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni em menos de 24 horas.

O mundo do cinema ficou mais pobre. Um intervalo de poucas horas separou as mortes de Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, duas verdadeiras lendas vivas do cinema, os dois cineastas que melhor souberam trabalhar a dificuldade de comunicação entre os seres humanos.. Mais do que a perda de dois dos mais proeminentes realizadores do século XX, assistimos à perda de um estilo de fazer cinema, de uma forma particular de criar (sétima) arte. Assim não…

4. A suspensão da assembleia geral do BCP devido a problemas informáticos.

Não lembra a ninguém que uma decisiva assembleia geral do BCP seja suspensa devido a problemas informáticos no sistema de contagem de votos, sem que seja sequer iniciada a discussão da ordem de trabalhos. Ficou uma vez mais adiada a clarificação do poder dentro do maior banco privado português. E logo pelo motivo mais absurdo, irresponsável e embaraçante. E logo num banco que deve às novas tecnologias uma parte substancial da sua implantação no mercado. Assim não…

5. A não aplicação da Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez na Madeira.

Oh... As mágicas terras da Madeira… Um paraíso único… A imagem de umas férias de sonho… E… As parvoíces habituais de Alberto João Jardim. Como escreveu Eduardo Prado Coelho no Público de 7 de Agosto, “o que se passa em terras da Madeira deixa-me sempre num estado de desesperada perplexidade”. E não é para menos. Desta vez, uma farsa hipócrita e absolutamente desnecessária. Jardim alega que a Lei da IVG está em vigor na Madeira, só que, uma vez que não foi prevista no orçamento regional, não está em condições de ser aplicada. E lá vai mais um capricho de Alberto João, com o estilo que lhe é habitual e perante uma atitude passiva de Cavaco Silva. Assim não…

6. A ausência do Governo nas comemorações do centenário do nascimento de Miguel Torga.

“Lamentável”. Foi precisamente esta a expressão utilizada por Carlos Encarnação, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, para caracterizar a ausência de qualquer elemento do Governo nas cerimónias de comemoração dos 100 anos sobre o nascimento de Miguel Torga. Não obstante algum aproveitamento politico-partidário da situação por parte do edil conimbricense, o que é indesmentível é que a cidade de Coimbra e um dos maiores escritores portugueses de sempre mereciam mais de um Executivo que continua a evidenciar falhas graves quando se fala de cultura em português, “apenas” uma das mais vincadas marcas de afirmação da identidade lusa. Assim não…

sexta-feira, agosto 10, 2007

Verdes Anos

Marco

Carpe Diem

Quando falamos de uma vida cheia há datas que funcionam como verdadeiros marcos da nossa existência. Que nos ajudam a reviver e a perceber melhor o passado. Que nos dão um novo ânimo e uma nova perspectiva para o futuro. Se o dia 29 de Abril de 2007 é uma data verdadeiramente marcante da minha vida pelas razões evidentes, outra é, seguramente, o dia 19 de Outubro de 1998.

19 de Outubro de 1998 é a data que marca a minha entrada na Universidade. Corresponde ao meu primeiro dia de aulas em Coimbra e simboliza a mais importante viragem na minha vida. Foi neste dia que vi pela primeira vez algumas das pessoas que hoje guardo com maior carinho e que marcam presença assídua no meu dia-a-dia actual. A definitiva abertura ao mundo, concretizada pelo deixar do Figueiredo para trás e pela partida à descoberta de pessoas, lugares, contextos, enfim… vidas… mais próximas do meu modus vivendi, mais ligadas ao meu ser e estar, mais minhas. Nada mais do que o meu libertar do casulo em busca do verdadeiro futuro. Que sentia ser o meu. Cresci muito desde então. Porque tive a sorte de encontrar naquela Cidade, naquela Faculdade, naquele grupo de amigos, as pessoas certas no momento certo.

As palavras dizem tudo. É por isso que a melhor forma de perceber a importância daquele dia é a transcrição de alguns excertos das folhas de uma espécie de “diário de bordo” que escrevi naquele dia.

“(…) Lá me puseram ao pescoço a cartolina com o número 137 e fui para dentro do anfiteatro aturar os habituais discursos dos presidentes daquelas associações todas malucas. Puseram-me logo nas mãos um teste diagnóstico de oito folhas para preencher em meia hora. Lá fora, já estavam os preparativos para a tragédia. Inevitavelmente, lá tive de fazer uma declaração de amor (com humor) à Senhora Doutora, fazer de porteiro dos Claustros e gritar a chegada de cada Doutora, cantar umas versões (muito, mas muito) radicais das músicas ditas pimba e, mal descobriram que tinha boa voz, proclamaram-me «Cornetim» e puseram-me logo a cantar a solo. (…) A cantar e a pular lá fizemos figura de parvos a dizer palavrões desde os jardins da AAC até à Faculdade, onde vivi uma tarde memorável (principalmente para a minha garganta!). O desgraçado do «Vermelhão» - que raio de apelido de praxe! Vá-se lá saber porquê Vermelhão! – lá teve de gritar os 250 nomes de caloiros (um por um), passar a rastejar por debaixo de dezenas de capas doutoradas e a cantar (ou será gritar?) as entradas da tourada. Tive de chamar os touros, os cavalos, os forcados e o João Baião de um “Big Show Caloiro” em que fiz de Quim Barreiros e cantei uma bacalhoada. (…) Nessa noite, foi o meu primeiro encontro, a primeira piscadela de olho à noite académica Coimbrã. Para bem da minha saúde psicológica, não vou aqui escrever o que vi, nem o que bebi, muito menos por onde andei no meu primeiro e importante contacto com as noitadas da Lusa Atenas. (…) De regresso a «casa», vi-me a ter de dormir ao relento ao encontrar a porta da rua fechada. Um segredo que há na porta (que, obviamente, não vou contar) e que tive de perguntar da rua à D. Marina, salvou-me de passar a primeira noite fora de casa. (…) Felizmente, adormeci num ápice, só acordado pela chegada do meu companheiro de quarto. Uma surpresa: o tal alentejano, de nome Hugo, mais não era do que um dos Doutores que me praxara, um dos colegas da minha Faculdade. Chegou com a «garina» e, como viu que eu estava acordado, apenas balbuciou, como quem não quer a coisa, «Ó caloiro, eu não tenho aqui comigo nenhuma rapariga, pois não?», a que se seguiu a minha suavemente embriagada resposta: “Não. Claro que não!” Na manhã seguinte, o Hugo veio certificar-se de que não tinha sido tudo fruto da sua imaginação e que eu era, de facto, o tenor «Vermelhão»”.

terça-feira, agosto 07, 2007

quarta-feira, agosto 01, 2007

Ver TV

Uma Série Viciante

O elevado nível de sub-ocupação a que tenho sido votado nos últimos tempos tem-me possibilitado uma leitura mais atenta da programação das nossas televisões, bem como a dedicação de mais umas horas diárias àquilo que o pequeno ecrã tem para me oferecer. O segundo canal da estação pública tem vindo a assumir-se, por via da mensagem que nos é transmitida pelos seus spots promocionais, como aquele que oferece as melhores séries da televisão portuguesa. E, se é verdade que existe algum exagero nesta publicidade, o que é certo é que é a RTP2 o canal de televisão que menos maltrata as séries que exibe, sobretudo em termos de horários e de fidelidade ao público-alvo.

O melhor exemplo do que acabámos de referir é o horário 22h30-23h30 de segunda a sexta-feira, em que a 2: nos presenteia com algumas das melhores pérolas de ficção da televisão portuguesa. Se não, vejamos. Comecemos por congratular-nos pela excelente iniciativa de exibição da série Anatomia de Grey às terças-feiras, desde o primeiro episódio da primeira temporada, substituindo Serviço de Urgência. Uma das mais aclamadas séries dos últimos tempos, que retrata os dramas e as emoções de uma equipa hospitalar, depois de muito maltratada pela RTP1, onde teve mais de três horários diferentes, no último dos quais empurrada para as madrugadas diárias, pode ser, finalmente, devidamente apreciada.

À quarta-feira, prosseguem as atribuladas e vertiginosas aventuras de Jack Bauer em 24. A série, protagonizada por Kiefer Sutherland, perdeu muita da originalidade e emoção das primeiras temporadas e vive de uma fórmula já um pouco rebuscada e repetitiva, mas continua a deliciar os telespectadores mais fiéis. O Meu Nome é Earl, uma deliciosa e bem-humorada série acerca de um homem que resolve mudar o seu estilo de vida, anima as noites de quinta-feira na RTP2. E à sexta, absolutamente imperdível, Irmãos e Irmãs, a série que retrata de uma forma brilhante as vivências de uma família disfuncional norte-americana, fazendo lembrar, em muitos aspectos, Six Feet Under (Sete Palmos de Terra), aquela que foi, provavelmente, a série com o melhor argumento dos últimos tempos.

Mas o foco principal da minha análise é a mais recente aposta do segundo canal para as noites de segunda-feira, o meu mais recente vício, como o nome que lhe dá o mote. Weeds, série norte-americana de 30 minutos lançada pela RTP2 com o título Erva, é, seguramente, a série mais original e melhor escrita da televisão portuguesa, desde a passagem pelo pequeno ecrã das aventuras da família Fisher na já citada Sete Palmos de Terra.

Criada pela argumentista e produtora Jenji Kohan, Weeds constitui um magnífico exercício de ficção, em que esta se cruza com a realidade de uma forma insólita e fascinante. A história é a de uma mulher que enviúva jovem e que, para sustentar a família, começa a comercializar marijuana. Daqui até o tarado irmão do marido lhe oferecer um vibrador como prenda ou o filho mais novo ser suspenso na escola depois de provocar uma batalha no recreio, é um pequeno passo. Ou seja, Weeds explora de uma forma sublime cada personagem e faz uma brilhante sátira aos valores de uma sociedade representada por uma família dos subúrbios ricos de Los Angeles. Sem estereótipos ou generalizações. Sem pretensões de moralismo ou bom-senso. Um retrato fiel das relações humanas. Um exercício de estilo algures entre a ironia e a realidade. Uma série recheada de ambiguidades. Como a vida.

Mary Louise Parker, até aqui actriz secundária em vários filmes, encontra em Weeds a oportunidade de ouro para provar todo o seu valor. Desconcertante, estranha, mas genial e a todos os títulos brilhante, a protagonista lidera um bom elenco que, associado à excelência do argumento e dos diálogos, transforma Weeds num caso sério de sucesso nos Estados Unidos. A confirmação de uma série viciante, a apreciar com dedicação nas próximas noites de segunda-feira na RTP2.

Um único senão para o facto de Weeds ser exibida em dose dupla, com dois episódios semanais, abruptamente interrompidos na ligação entre ambos, quando se percebe perfeitamente que cada episódio de meia hora foi concebido e idealizado para ser “devorado” isoladamente, com uma dinâmica própria do género, fazendo lembrar os 30 minutos frenéticos de Seinfeld. Ainda assim, é bem melhor ver 2 episódios às 22h30 do que um episódio isoladamente às 2 da matina. E, nesse aspecto, há que louvar a RTP2 pela forma como são tratadas algumas das melhores pérolas televisivas do momento. E Weeds é, seguramente, uma delas.