domingo, dezembro 31, 2006

Fantástico...

Valentim Loureiro pelo sempre fantástico Ricardo Araújo Pereira...

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Lusos encantos...













No cais (Ponte 25 de Abril, Lisboa)

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Cinemacção

Como todos os rankings, muito pessoal e fundado em critérios de cientificidade duvidosa, deixo seguidamente a lista dos meus filmes de eleição...

1. Beleza Americana (de Sam Mendes)

2. A Vida é Bela (de Roberto Benigni)

3. O Senhor dos Anéis (de Peter Jackson)

4. Uma Mente Brilhante (de Ron Howard)

5. Pulp Fiction (de Quentin Tarantino)

6. O Pianista (de Roman Polanski)

7. Magnólia (de Paul Thomas Anderson)

8. O Grande Peixe (de Tim Burton)

9. Os Condenados de Shawshank (de Frank Darabont)

10. Lost in Translation – O Amor é um Lugar Estranho (de Sofia Coppola)

quinta-feira, dezembro 21, 2006

É Natal...






terça-feira, dezembro 19, 2006

Palavras de Vida Eterna

Crucificada

Amiga... noiva... irmã... o que quiseres!
Por ti, todos os céus terão estrelas,
Por teu amor, mendiga, hei-de merecê-las
Ao beijar a esmola que me deres.

Podes amar até outras mulheres!
- Hei-de compor, sonhar palavras belas,
Lindos versos de dor só para elas,
Para em lânguidas noites lhes dizeres!

Crucificada em mim, sobre os meus braços,
Hei-se poisar a boca nos teus passos
Pra não serem pisados por ninguém,

E depois... Ah! Depois de dores tamanhas
Nascerás outra vez de outras entranhas,
Nascerás outra vez de uma outra Mãe!

Florbela Espanca
Delicioso...


segunda-feira, dezembro 18, 2006

Carpe Diem

Por Prazeres Alentejanos

Estive relutante em escrever este texto, uma vez que me irritam solenemente aquele tipo de blogues que relatam a vida diária dos seus criadores ("Hoje levantei-me à uma da tarde e fui dar comida ao canário... Limpei a caca da gaiola e regressei para dormir uma reconfortante sesta") que, a julgar pelos exemplos, sofrem precisamente do problema de nunca fazerem nada de particularmente interessante no seu dia-a-dia, motivo mais do que suficiente, a meu ver, para tornar absolutamente inútil para a sociedade em geral, e para os leitores do blogue em particular, o conteúdo da página.
Sem querer cair nesse tipo de registo, não vou deixar de transmitir aos dois fiéis leitores deste espaço (oops.. acabei de perder mais um)... Dizia, não vou deixar de transmitir ao único leitor fiel deste espaço (que por acaso sou eu), alguns dos momentos únicos vividos pela minha pessoa. E não conseguiria deixar de fazer referência à minha passagem por terras alentejanas, este fim-de-semana.
Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz. Soava a prenda de aniversário, mas disso teve apenas o facto de não ter pago a despesa no final. Foi antes uma experiência única, um momento reconfortante, um dia excepcional. Vinhas a perder de vista, a imponente torre que serve de imagem de marca do Esporão, o magestático e deliciosamente interminável almoço, recheado de pratos que só o nome encheria este blogue, o acolhedor recostar no sofá depois da mágica refeição e a prova do envolvente Private Selection Tinto 2003, tudo enformado numa atmosfera feérica de prazer e puro relax.
Garrafeira atestada, prazeres degustados, parto rendido à descoberta de outras paisagens. Monsaraz e o seu castelo altaneiro, uma Rua Direita envolta num enorme espírito natalício. Que outra coisa seria de esperar de uma aldeia repleta de personagens bíblicas, simbolicamente reconstituídas para celebrar esta época festiva? Barragem do Alqueva, o imponente reconforto da natureza, num gigantesco cenário de água e, por isso, de vida. Regresso a Évora, cidade património da humanidade, beleza e história em cada esquina.
Rendido, regresso a casa. Guardo o carregado sotaque alentejanos da simpática senhora que me atendeu no Plus (acho que a marca não era para dizer). "Quer levar um folheto com as nossas promoções? Volte sempre, obrigado..." Penso no que deve ser feito para preservar este património único. Penso em como potenciar (ainda mais) estes espaços, sobretudo em termos turísticos. Penso em Portugal e como gosto cada vez mais deste pequeno rectângulo à beira-mar plantado. O racional eleva-se, pela primeira vez no dia, ao emotivo. Porque esse já nada tem a acrescentar para além do sorriso rasgado que iluminou todo o resto do fim-de-semana. Àqueles que proporcionaram tudo isto e acompanharam cada gesto, o meu muito obrigado... Sempre...

sábado, dezembro 16, 2006

Lamentável...

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Palavras de Vida Eterna

Eu não sei, que mais posso ser
um dia rei, outro dia sem comer
por vezes forte, coragem de leão
as vezes fraco assim é o coração
eu não sei, que mais te posso dar
um dia jóias noutro dia o luar
gritos de dor, gritos de prazer
que um homem também chora
quando assim tem de ser.

Foram tantas as noites
sem dormir
tantos quartos de hotel
amar e partir
promessas perdidas
escritas no ar
e logo ali eu sei...

Tudo o que eu te dou
tu de das a mim
tudo o que eu sonhei
tu serás assim
tudo o que eu te dou
tu me das a mim
tudo o que eu te dou...

Sentado na poltrona, beijas-me a pele morena
fazes aqueles truques que aprendeste no cinema,
mais, peço-te eu, já me sinto a viajar
pára, recomeça, faz-me acreditar.

Não, dizes tu, e o teu olhar mentiu
enrolados pelo chão no abraço que se viu.

É madrugada ou alucinação
estrelas de mil cores extasy ou paixão
hum, esse odor, traz tanta saudade
mata-me de amor ou da-me liberdade
deixa-me voar, cantar, adormecer.

Pedro Abrunhosa
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Lamentável...

Imagens das cheias na Sertã, em Novembro de 2006 (vídeo amador).

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Elogio ao amor

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas.
Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição.Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente.
O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e mintae sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.
Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se podeceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira.
E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso
Expresso, 2005

terça-feira, dezembro 05, 2006

Pura ilusão...