quarta-feira, janeiro 07, 2009

Carpe Diem



[Ponte Pedonal "Pedro e Inês", Coimbra]

Razões de ordem política levam o rei D Afonso IV a mandar executar Inês de Castro, amante do seu filho D. Pedro, a 7 de Janeiro de 1355, faz hoje precisamente 654 anos. Aproveitando a ausência de D. Pedro numa caçada, três elementos da nobreza - Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e Pero Coelho - dirigem-se ao Paço de Santa Clara, em Coimbra, onde a bela Inês se encontra “posta em sossego” e esfaqueiam-na até à morte.
Camões imortaliza, no Canto III d'Os Lusíadas, os amores de Pedro & Inês:

Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo o doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito;
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

De teu príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam,
E quanto enfim cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.

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