sexta-feira, dezembro 28, 2007
quarta-feira, dezembro 26, 2007
quarta-feira, dezembro 19, 2007
2007 Filmes
Apesar de todos os condicionalismos inerentes à minha reduzida mobilidade física neste ano que agora finda, não deixei de acompanhar com a proximidade possível o panorama cinematográfico em 2007 e, por isso, aqui fica uma reflexão crítica sobre aqueles que são indiscutivelmente os (meus) Filmes do Ano.
Cartas de Iwo Jima (*****)
Se 2006 foi o ano de “Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos” (a infeliz tradução para “Little Miss Sunshine”), 2007 foi decididamente o ano de “Cartas de Iwo Jima”. Embora tenham estreado em Portugal em anos diferentes, estes dois filmes concorreram ambos à Cerimónia dos Óscares deste ano e foram (em nosso entender, injustamente) batidos por “Entre Inimigos” (“The Departed”) na categoria de Melhor Filme. Mas se “Little Miss Sunshine”, uma descontraída comédia que gira em torno de uma disfuncional família americana, prima pela genialidade do argumento e pela desconcertante performance dos actores, “Cartas de Iwo Jima” é aquilo a que podemos chamar de uma verdadeira obra-prima. A segunda parte do díptico sobre a II Guerra Mundial realizado por Clint Eastwood, de que “As Bandeiras dos Nossos Pais” constitui o primeiro filme, afirma-se como um verdadeiro exercício de estilo do próprio realizador, que desagua num mágico turbilhão de emoções, tendo como pano de fundo a árdua batalha dos soldados japoneses na ilha de Iwo Jima. Enquanto “As Bandeiras dos Nossos Pais”, que vive a história do lado americano, sem deixar de ser uma obra interessante, raramente suplanta a banalidade de outros filmes do mesmo género e cai facilmente na unissonância do desenrolar de acções, este “Cartas de Iwo Jima” constitui um verdadeiro hino à força de vontade e ao querer do ser humano, personificados no General Tadamichi Kuribayashi (uma extraordinária interpretação de Ken Watanabe), que se apresenta em contraste com a própria natureza inóspita da ilha que lhe serve de pano de fundo. Enfim… Sublime…
À Prova de Morte - Death Proof (****)
Um dos meus realizadores de eleição, Quentin Tarantino, regressa ao grande ecrã em 2007 com “Death Proof”, mais um projecto em dois actos, de que “Planeta Terror”, de Robert Rodriguez, constitui a segunda parte. A parte realizada por Tarantino do projecto “Grindhouse” é uma homenagem e, simultaneamente, uma sátira aos filmes de série Z. Nada falta. Uma cópia riscada, saltos de imagem, falhas no som. O que faz de “Death Proof” um daqueles filmes perante o qual a reacção só pode ser uma de duas: ou se gosta – e emana de Hollywood mais uma obra-prima – ou se detesta – e o espectador sai da sala a meio da projecção perante tanto “bad cinema”. O que me coloca no primeiro grupo de reacções e me faz considerar este filme uma obra de mestre da sétima arte é o facto de esse “bad cinema” ser voluntário e propositado por parte de Tarantino! A sua chancela está lá, nas melhores cenas de pancadaria, na fantástica perseguição final, no inconfundível grafismo, na exemplar fotografia, no registo musical e até na deliciosa referência às “massagens de pés” celebrizadas em “Pulp Fiction”. Ao contrário de “Death Proof”, a segunda parte do projecto “Grindhouse”, o filme “Planeta Terror”, de Robert Rodriguez, mais não é do que uma entretida (mas vulgar) fita de zombies, em que se destaca a brilhante interpretação de Rose McGowan.
Promessas Perigosas – Eastern Promises (****)
Pecados Íntimos - Litlle Children (****)
Uma das surpresas do ano. "Litlle Children" vive intensamente o dia-a-dia de um conjunto de pessoas cujas vidas se cruzam em parques infantis, piscinas municipais e ruas de uma pequena comunidade. E o realizador Todd Field fá-lo de forma surpreendente e soberba, explorando genialmente cada uma das personagens e os perigos que encerra cada esquina. Grande história, baseada na obra de Tom Perrota, que explora a crise de uma geração nascida nos anos setenta, meio perdida entre a “velha guarda” e nova sociedade da informação. E grande interpretação de Kate Winslet, justamente nomeada pela Academia, num dos melhores papéis da sua carreira. Com nomeações para os Óscares ainda em mais duas categorias, “Litlle Children” é um filme sublime e provocador, que merece ser visto atentamente em cada pormenor.
Apocalypto (****)
Os Simpsons: O Filme (****)
Sim. Sou suspeito. Mas não podia deixar de eleger “Os Simpsons” como um dos filmes do ano. E é fácil perceber porquê. Fã incondicional da série desde os anos 80, fiel às diabruras de Bart, Homer, Lisa, Marge e Maggie e demais habitantes da pitoresca Springfield, eu que nem gosto particularmente de filmes de animação, não podia perder esta pérola. Felizmente, não sou o único a reconhecer a qualidade cinematográfica de “Os Simpsons: O Filme”. E se é verdade que compreendo as vozes críticas que dizem tratar-se de um episódio com noventa minutos (ao invés dos habituais vinte), é porque este filme mantém os factores que fazem da série um caso sério de popularidade um pouco por todo o mundo: o argumento é cinco estrelas, os nomes que dão voz às personagens são escolhidos a dedo, é efectuada uma sátira perfeita à sociedade actual. A família amarela mais famosa de planeta e o seu criador Matt Groening estão de parabéns.
O Último Rei da Escócia (****)
A Rainha (***)
Era impossível fazer uma crónica sobre cinema em 2007 sem falar de “A Rainha” e “O Último Rei da Escócia”. E ao longo das próximas linhas perceberão porque estes dois filmes têm que ser analisados em conjunto. Geniais interpretações (de Helen Mirren em “A Rainha” e de Forest Whitaker em “O Último Rei da Escócia”) que valeram da Academia os Óscares de Melhor Actriz e Melhor Actor, respectivamente. Histórias reais enformadas num contexto ficcional, a da Rainha de Inglaterra num papel magistral de Helen Mirren (que encarnou genialmente uma personagem de interpretação dificílima), e a do governante do Uganda, Idi Amin, brilhantemente interpretado por Forest Whitaker (quem diria que o delicado e elegante actor dava um psicótico e carismático ditador?). Soberbos argumentos de Peter Morgan, que assina ambas as fitas, revelando uma capacidade muito própria de aplicar um polimento de ficção a personagens verídicas. Mas se há muito que une “A Rainha” e “O Último Rei da Escócia”, há sobretudo um aspecto que os separa. Se a obra de Stefen Fears, “A Rainha”, é um característico telefilme, baseado em personagens e acontecimentos reais, n’“O Último Rei da Escócia”, apesar de Idi Amin ter efectivamente existido, o médico escocês Nicholas Garrigan e todo o seu envolvente são criações ficcionais, o que faz desta película uma obra muito para além de um mero telefilme: “O Último Rei da Escócia” é também e, sobretudo, uma brilhante e emotiva viagem à Uganda de Idi Amin e à magia do continente africano.
segunda-feira, dezembro 17, 2007
Há Coisas que Nunca Mudam…
O sorriso dos caracóis está atrasado. Há coisas que nunca mudam, dizem-me…
O mesmo sorriso que degusta uma alface temperada com magia. Há coisas que nunca mudam, fazem-me crer…
A bela joaninha sobrevoa o jardim de máquina fotográfica em punho e crava ao empregado a tal “foto de família”. Há coisas que nunca mudam, pelo que consta…
A pequenita mocita surge do nada como se do tudo se tratasse e saúda-nos com o “Arô” de sempre. Há coisas que nunca mudam, oh se há…
O homem camarão tem direito aos melhores beijinhos porque vem de longe. Traz histórias para contar como poucos. Parece que foi ontem que ele nos contou as últimas. Há coisas que nunca mudam, acredito que sim…
Há quem trabalhe agora num banco mas não resista em relembrar momentos no Corpo Louco ou na Escola Eugénio de Castro. Há coisas que nunca mudam, há mesmo…
O trabalhador do conhecimento, conhecemo-lo porque só ele seria capaz de nos trazer a história de uma colega de trabalho que chora muito. E só ele sabe como chora. Há coisas que nunca mudam, é um facto...
Ainda há a querida menina de sempre que proporciona dois dedos de simpática conversa à anciã senhora que apenas queria saber se nós éramos da TVI e dizer mal dos “Morangos com Açúcar”. Há coisas que nunca mudam, reconheço…
E parece que alguém se vai casar. Mas só ele nos apresentaria isso como um “acordo”. E só ele nos faria ansiar tanto por esse momento. Há coisas que nunca mudam, é verdade…
Anda por aí um certo vídeo. Relembra a melhor semana da minha vida. Estão lá a Estúpida, o Organizador da Maior Queima de Sempre, o Homem Mais Bonito do Brasil e até a Égua Pocotó. Ainda bem que há coisas que nunca mudam.
“Os afectos continuam lá. Como ontem. Como sempre.” (Joaninha)
Parece que foi ontem a última vez. Mas desta vez foi mesmo. Poucas pessoas seriam capazes de provocar em mim uma felicidade tal. A nostalgia embutida em cada pedra da calçada coimbrã voltou a fazer das suas. Já estou cheio de saudades. Afinal o Natal ainda pode servir para coisas bonitas. Há coisas que nunca mudam. Felizmente.
domingo, dezembro 16, 2007
terça-feira, dezembro 11, 2007
Ranking Best of 2007
Mantendo o desafio de anteriores ocasiões, escolhi aqueles que considero os temas musicais do ano. Se é verdade que alguns singles, como “Rehab”, de Amy Winehouse, ou “Young Folks”, de Peter, Bjorn e John, foram lançados ainda durante o ano de 2006, foi em 2007 que se afirmaram enquanto casos sérios de popularidade no panorama musical. Na lista não podiam faltar os aguardados e bem conseguidos regressos de Jorge Palma e dos Da Weasel, a fantástica afirmação mundial da “nossa” Nelly Furtado, a límpida voz da portuguesa Rita Redshoes, a pérola conseguida pela junção das performances de Vanessa da Mata e Ben Harper ou o vibrante tema de Mika, “Garce Kelly”. Aqui fica a lista dos eleitos:
1. Jorge Palma – Encosta-te a Mim
2. Amy Winehouse – Rehab
3. Da Weasel – Dialectos de Ternura
4. Peter, Bjorn and John – Young Folks
5. Vanessa da Mata (feat. Ben Harper) – Boa Sorte
6. Nelly Furtado – Say It Right
7. Mika – Grace Kelly
8. Rita Redshoes – Dream On Girl
9. Scissor Sisters – I Don’t Feel Like Dancing
10. David Fonseca - Superstars
11. Orishas – Hay un Son
12. The Kaiser Chiefs – Ruby
13. Sara Tavares – Bom Feeling
14. Clã – Tira a Teima
15. Mundo Cão – Morfina
16. K-Os – Sunday Morning
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Por intermédio de uma inspirada borboleta, descobri uma pérola na blogosfera. Chama-se "Aqui me Encontro". O mote diz tudo:
Deixei por lá o seguinte comentário ao post "Ciúmes e Cromossomas":
Publicado aqui.
quarta-feira, dezembro 05, 2007
terça-feira, dezembro 04, 2007
"Não tenho tempo para avanços tão lentos. Tenho pressa de viver. Ao avançarmos tão devagar sinto-me como se estivesse a andar para trás. Como se estivesse a perder outras oportunidades que andem ao meu ritmo. Sou acelerada. Quero tudo. Quero tudo e quero tudo para já! Se não me acompanhas, então deixa-me ir. Voltarei a apanhar-te, mas com uma volta de avanço. Para mim todos os segundos contam. Tempo que durmo é tempo que perco. E eu detesto perder tempo. Porque esse nunca se recupera. Não me empates. Respeito as tuas indecisões se respeitares as minhas decisões. Não tenho tempo para jogos de faz de conta. Para diz que não disse. Tenho pressa para ter tudo. Tenho pressa para viver. Não tenho tempo para dúvidas e respostas como "não sei" ou "esperemos pelo amanhã". Não quero só o amanhã. Quero o dia de hoje! Quero vivê-lo. Tenho pressa. Desculpa mas, desta vez, vou partir sem ti."