quarta-feira, outubro 03, 2007

Fim de Citação

O mercado ditou as suas leis e, em Setembro, despediram-se da imprensa portuguesa duas publicações emblemáticas. Em ambos os casos, a justificação dada foi a perda insustentável de leitores. Uma situação inevitável, dirão alguns. Controlável, dirão outros. A certeza é apenas uma. Goste-se ou não dos títulos que se despedem do mercado e independentemente do seu público-alvo (bastante diferente, aliás, entre as duas publicações), a imprensa nacional ficou mais pobre.


A despedida da versão portuguesa da Premiere, a única revista de cinema publicada no nosso país, não resta dúvidas que deixa um vazio no panorama da imprensa nacional. Era um desfecho anunciado e, por isso, não espanta o adeus da “Premiere”. Mas os amantes de cinema (e alguns meros simpatizantes da Sétima Arte) perdem uma revista de referência, de linguagem cuidada e colaboradores seleccionados com rigor e profissionalismo. Assim o lamento de um leitor ocasional, mas decerto reconhecedor da qualidade da publicação que agora se despede do mercado português.

O ponto final, a 27 de Setembro, no semanário Tal&Qual, propriedade da Controlinveste, empresa do Grupo Olivedesportos (que detém publicações de referência como o DN, o JN e o Jogo), constitui, em nossa opinião, um sinal claro da ausência de vitalidade de um estilo editorial muito próprio. 27 anos depois da sua fundação, por Joaquim Letria, e recentemente alvo de uma profunda remodelação, o “Tal&Qual” não se conseguiu impor e sai de cena por força da agressividade do mercado, mas com a certeza de ter deixado a seu marca no panorama jornalístico português.

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