terça-feira, março 31, 2009

Verdes Anos

A Corrida Mais Louca do Mundo

quarta-feira, março 25, 2009

Carpe Diem





A 25 de Março de 1957, há 52 anos, a Alemanha Ocidental, a Bélgica, a França, a Holanda, a Itália e o Luxemburgo assinavam o Tratado de Roma, instituindo a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom).

Era o início da Europa como a conhecemos actualmente.
Directo à Questão

O Trabalho de Elvira Fortunato ou um Retrato da Investigação em Portugal

Elvira Fortunato é portuguesa. É investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Dirige o Centro de Investigação de Materiais (Cenimat). E venceu, no ano passado, o primeiro prémio do European Research Council na área das Engenharias e Ciências Físicas, no valor de 2 milhões e 250 mil euros.
No entanto, a grande maioria dos portugueses não conhece esta distinta personalidade lusa.
Elvira Fortunato é uma das cinco melhores investigadoras em electrónica transparente a nível mundial e já ultrapassou Cristiano Ronaldo na lista de portugueses mais citados na Internet. A sua vitória no European Research Council transportou-a rapidamente para as primeiras páginas de vários jornais e revistas especializadas.
Então quem é esta brilhante investigadora da Universidade Nova de Lisboa?
O trabalho na área dos transístores garantiu a Elvira Fortunato um papel de destaque no cenário das Tecnologias da Informação e da Comunicação. Elvira Fortunato integra uma equipa que conseguiu tornar o papel parte integrante de um transístor usando-o como isolante, em vez do tradicional silício, um projecto designado por "Invisible". Estes desenvolvimentos podem ser usados no campo da electrónica descartável, em ecrãs, etiquetas e pacotes inteligentes ou aplicações médicas na área dos bio-sensores. A mesma equipa desenvolveu com a Samsung uma nova geração de ecrãs planos transparentes baseada na descoberta de um novo material semicondutor para os transístores constituído por óxidos, como o óxido de zinco.
Elvira Fortunato tem em mãos, basicamente, uma das mais cobiçadas patentes a nível mundial, a patente dos transístores em papel, que pode revolucionar tanto a electrónica como o paradigma das publicações em papel, possibilitando, por exemplo, a concepção de jornais e revistas com imagens em movimento. Contudo, como noticiou recentemente o Jornal Público, a indústria portuguesa ou radicada em Portugal nunca se mostrou verdadeiramente interessada nos seus projectos.
A homenagem que a Assembleia da República prestou a Elvira Fortunato, no passado dia 13 de Março, com um voto de congratulação aprovado por unanimidade, trouxe para a opinião pública esta lamentável situação que envolve a ciência e a tecnologia concebidas em Portugal. No dia da homenagem, a investigadora não escondeu a sua decepção face ao país de onde tem resistido sair. Disse, na altura: “Portugal é muito grande, os portugueses é que são pequeninos”.
Elvira Fortunato, na entrevista ao Público, não escondeu o seu desejo de que a descoberta de que é protagonista – e que pode revolucionar todo o cenário na área das Tecnologias da Informação e da Comunicação - fosse rentabilizada por um consórcio de indústria portuguesa. Mas quando procurou papeleiras portuguesas para parceiras na investigação, viraram-lhe as costas. A parceria foi para a brasileira Suzano. Recebeu grandes ofertas de multinacionais mas acabou por ser a Universidade Nova de Lisboa que pegou no projecto, mantendo para já a inteligência em Portugal.
Mas até quando será possível reter este “know-how” no nosso país? A persistência e a resistência da investigadora em sair de Portugal devem ser realçados. Mas o cenário vivido por Elvira Fortunato e pela sua equipa de investigação não é mais do que um Retrato da forma como Portugal gere os seus melhores cérebros. Basta pensar no exemplo de António Damásio, um dos investigadores mais estudados em todo o mundo, que nunca encontrou em Portugal as condições para o desenvolvimento da sua actividade.

Vá Directo à Questão. Aqui.

terça-feira, março 17, 2009

E o Paraíso Aqui Tão Perto...




Por do sol no Picoto Raínho...

quarta-feira, março 11, 2009

Do Arco da Velha

Sit-down Comedy, ontem no Twitter.

Decorreu ontem, depois das 22h30, 1º Espectáculo de sit-down comedy do Twitter. O evento consistia em fazer humor com pequenas frases de 140 caracteres. Aberto a amadores e afins, a noite teve tanto de desorganização como de boa disposição.

A vencedora do Espectáculo (que só perto do final da festa começou a ter algo de espectacular) foi, por unanimidade, a Cat Walking Catarina. A sua obra pode ser (re)visitada num passeio pelo seu brilhante blogue, que tive todo o prazer em descobrir e que partilho convosco aqui. Foi o ponto alto da noite.

domingo, março 08, 2009

Vida

Não Posso Adiar

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

António Ramos Rosa
Delicioso


quinta-feira, março 05, 2009

Do Arco da Velha

Ainda o 19.º Aniversário do Jornal Público

O escritor António Lobo Antunes dirigiu a edição de hoje do Público. Aqui o seu Editorial:

Os jornais & eu
"Em criança (e em adolescente, e em adulto) não havia jornais na minha casa mas havia jornais nas casas da minha família. Na do meu avô paterno lembro-me do Debate, monárquico, impossível de ler porque estava sempre dobrado e com a cinta posta. Na do meu tio Elói, aí sim, abertos, os semanários da sua terra, o Ecos de Pombal e o Notícias de Pombal.
Na secção necrológica do Ecos li uma ocasião uma notícia que começava assim: faleceu oportunamente no Brasil o senhor Fulano de Tal, tio do nosso estimado amigo Não Sei Quê Não Sei Quê. Na do meu outro avô, em Nelas, era o Diário de Notícias, que chegava no comboio da meia-noite e trazíamos, de bicicleta, da estação. O meu outro avô, de casaco de linho branco, passava horas a lê-lo na varanda para a serra. Depois do casaco de linho morrer a minha avó substituiu o Diário de Notícias pelo Almanaque da Sãozinha, cheio dos milagres da dita, relatados por crentes agradecidos. Num desses prodígios uma senhora contava que, de pobre que era, olhava em lágrimas as panelas vazias do almoço. Veio-lhe a Sãozinha à ideia, rezou com empenho, entrou-lhe de imediato uma lebre pela cozinha dentro, fechou a cozinha, matou a lebre à paulada e regalou-se a comer prodígio divino de cabidela. Confesso que esta dádiva da Sãozinha me fez um bocado de impressão, ao imaginar o assassinato do bicho. Até ao fim da sua vida a pagela da santa dos roedores ocupou um lugar importante no oratório da minha avó: uma adolescente de aspecto virtuoso, cheia de medalhas, que ofereceu a sua existência terrena em troca da conversão dos pais. Jesus fez-lhe a vontade arrebatando-a, estou a citar, ao nosso convívio, e os pais incréus descobriram o Altíssimo que, mesmo através da cabidela e do fricassé, se manifesta à gente, ou não mesmo, de preferência através da cabidela e do fricassé, misturando o Céu com o micro-ondas e os mandamentos com batatinhas salteadas.
Na ideia de entender o interesse do meu outro avô pelo Diário de Notícias comecei a folheá-lo, não era aos quadradinhos e portanto aborreceu-me. Troquei-o por pilhas antigas das Selecções do Reader's Digest em que achei nacos de prosa fascinantes: "Encontrei o Amor no Hospital Ortopédico", "Eu Sou o Testículo de João", "Ao Ficar Cega a Sua Existência Ganhou Sentido". Mais tarde A Bola e o Record, sobretudo A Bola onde trabalhavam grandes jornalistas (Carlos Pinhão, Aurélio Márcio, Vítor Serpa, as extraordinárias reportagens da Volta à França de Carlos Miranda que bem mereciam estar reunidas em livro e nada devem às de Antoine Blodin) e quando esta geração deixou de escrever eu fui deixando de ler. Ao PÚBLICO devo o ter começado a ensaiar prosinhas em forma de crónica, graças ao convite de Vicente Jorge Silva, que eu não conhecia e me convidou para o suplemento dos domingos, salvando-me, porque a editora, à época, não pagava, de vender Bordas de Água nas pastelarias ou arrumar automóveis na zona do Saldanha, a coçar a magreza com o debrum preto das unhas. Agora não leio jornais: vejo o teletexto, a única coisa, aliás, que vejo na televisão desde que o futebol deixou de ser um desporto, a política uma ocupação digna e a cultura se transformou em banalidades veementes, uma estrebaria de porta aberta em que toda a gente entra, como dizia D. Francisco Manuel de Melo, autor muito do meu afecto. Vejo as capas e as primeiras páginas no quiosque frente ao restaurantezito onde como e passo à frente. As prosinhas do PÚBLICO aparecem hoje na Visão, onde sempre me trataram com extrema delicadeza. Há pouco abri um exemplar e dei com umas tantas frases acerca de mim, estúpidas, desonestas e ignorantes: fiquei curado. É pena que os jornais, como a literatura, sejam uma estrebaria de porta aberta: devia ser reservada aos profissionais sérios, como os nomes de que há pouco falei, e que decerto existem. Conheço alguns. Estes parágrafos para o PÚBLICO são uma homenagem a esses nomes. O que me assusta é o facto de qualquer pessoa estar à mercê de criaturas medíocres, sem possibilidade de rectificar a pulhice. Faleceu oportunamente no Brasil: ao menos o Ecos de Pombal era sincero. A lebre para a esfomeada com fé: ao menos o Almanaque da Sãozinha dava esperança a quem almoça um carioca e um salgado ao balcão. Ao ficar cega a sua existência ganhou sentido: ao menos as Selecções do Reader's Digest animavam os que tropeçam. Se tornar a meter o olho entre páginas e receber sinceridade, esperança e sentido com certeza que lerei. E se o testículo de João for o testículo de António, então, juro, não perco uma sílaba. Desde miúdo que me dá vontade de abrir os brinquedos, a verificar como funcionam. E tenho um par de tais apêndices de que ignoro o mecanismo e nos quais suspeito (não estou seguro) que não existem parafusos nem roscas. Foram um presente dos meus pais e como quase tudo em mim continuam a ser um mistério. Devíamos vir com manual de instruções, como os electrodomésticos."
Carpe Diem

O Público está bem e recomenda-se...

A 5 de Março de 1990, surge, nas bancas, o primeiro número do jornal Público. A edição comemorativa dos 19 anos de vida de uma das publicações de referência nacionais é uma pérola a não perder, hoje, nas bancas.

terça-feira, março 03, 2009

Directo à Questão

Empresas Veículos Sociais por Excelência

Enquanto tal, as empresas necessitam de um propósito, a função objectivo da empresa, um desígnio abrangente que não se reduza à mera satisfação dos cliente e dos proprietários. Como afirma Henry Mintzberg, as empresas não podem sofrer do chamado “síndrome de glorificação do egoísmo”, que aquele autor define como o sacrifício da responsabilidade social em detrimento do valor para o accionista ou “shareholder”.
A responsabilidade social da empresa pode ser definida como a noção de que as empresas têm uma obrigação para com os grupos constituintes da sociedade. As organizações privadas, enquanto verdadeiros veículos sociais, devem justificar a sua existência com a sua contribuição para a sociedade. O que se pretende sublinhar com esta afirmação é que qualquer decisão da empresa tem impacto social, pelo que os critérios de distribuição da propriedade da empresa devem deslocar-se dos fenómenos de fornecimento passivo de capital ao accionista para o desempenho social e intelectual conducente a uma vantagem competitiva.
Neste contexto, a noção de “stakeholder” (ou agente social) assume particular relevância, na medida em que a empresa deve considerar nas suas políticas de gestão todos os grupos ou indivíduos que podem afectar ou são afectados pela realização dos objectivos da organização. Consequentemente, a empresa deve ser compreendida no seu meio envolvente, alargando a visão da gestão sobre o seu papel e responsabilidades, para além da sua função de maximização dos lucros para o detentor da propriedade ou do capital.
Esta noção de responsabilidade social da empresa ou a concepção daquela enquanto um veículo social não se encontra ainda enraizada nos proprietários da grande maioria das nossas empresas. Para além dos baixos níveis de qualificação quer de empresários quer de colaboradores, verifica-se uma reduzida preocupação com o impacto social da actividade da empresa em áreas tão diversificadas como o ambiente, a qualidade ou a solidariedade. Iniciativas ou actividades nestas áreas surgem apenas quando impostas legislativamente, de que constituem exemplo as certificações de qualidade, que quase nunca envolvem os trabalhadores e poucas vezes partem de iniciativa autónoma dos empresários.
A tudo isto associa-se ainda uma fraca aposta nas Tecnologias de Informação e Comunicação (as famosas TIC) e nos processos de Inovação e Desenvolvimento, o que acentua a dificuldade destas empresas, nos seus moldes actuais, em entrarem na “sociedade do conhecimento”, tal como é definida por inúmeros gurus da gestão, como Peter Drucker.
As empresas nacionais continuam, pois, longe de reconhecer aspecto fundamental desempenhado pela responsabilidade social num mercado exigente como o actual. Neste contexto de hipercompetitividade e de crise económico-financeira à escala global, ser socialmente responsável é, mais do que nunca, condição de sucesso e de conquista de mercado.

Vá Directo à Questão. Aqui.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

E o Paraíso Aqui Tão Perto...



Margens da Ribeira da Sertã num agradável fim de tarde de Fevereiro...

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Carpe Diem



"Vida breve teve Cesário Verde. Nasceu em Lisboa em 25 de Fevereiro de 1855, morreu em Lisboa a 19 de Julho de 1886. Tinha 31 anos, idade absurda para morrer com uma tuberculose. Eu, que não aprecio poetas com obra extensa com a provável excepção de Shakespeare e poucos mais, tudo génios, aprecio em Cesário a modernidade urgente da sua poesia, que cabe toda em 166 páginas (reedição da Dom Quixote, com fixação de texto e nota introdutória de Joel Serrão e revisão e notas de Jorge Serrão). Cesário Verde pode ter morrido cedo, pode ter sido esquecido, pode ter sido uma das vítimas da sombra pessoana projectada sobre quase toda a poesia portuguesa posterior. Continua a ser um dos maiores poetas da língua portuguesa e, passe a hipérbole, da literatura europeia, mundial, o que quiserem. Cesário Verde é mais conhecido por causa do seu «Sentimento de um Ocidental», que a vulgata adoptou como tema e transfiguração de uma Lisboa de fim de século. Hoje, este poema é mais o seu nome, citado a propósito de tudo e de nada, do que os seus versos, que quase ninguém leu. Deve-se a Joel Serrão a publicação em 1963 (por que é que em Portugal tudo demora tanto tempo?) da «Obra Completa» de Cesário Verde. Antes, «em 1919, um incêndio destrói quase por completo a casa de Linda-a-Pastora (onde o poeta vivera isolado nos últimos anos), fazendo desaparecer irremediavelmente todo o seu espólio literário». Em 1887, com uma tiragem de 200 exemplares, foi publicado pela primeira vez «O Livro de Cesário Verde», numa edição do seu amigo Silva Pinto, tendo uma nova edição, já com distribuição nas livrarias, sido feita em 1901. Escreve Joel Serrão que o amigo do poeta, e admirador, Henrique Lopes de Mendonça, lhe vaticinou sombrio futuro na história da literatura: «A tua obra pequena e dispersa não é daquelas que se impõe à admiração condicional da posteridade». A posteridade é o que é, sendo às vezes cega, surda e muda mas, no caso de Cesário Verde, alguma justiça viria a ser prestada pelos que entendem de poesia. Existe quem jure, Vasco Graça Moura entre eles, que a poesia de Cesário é superior à de Pessoa. Eu, que detesto campeonatos de poetas, tenho por Cesário uma paixão, que agrafei à perfeição dos seus versos. Cesário é mais um poeta do século XX do que do século onde nasceu, e a sua linguagem, estilo, métrica, vocabulário, a concisão dos seus «alexandrinos originais e exactos», como ele diz, sagram-no como um dos inventores do português que usamos. Maria Filomena Mónica, na notável biografia que escreveu de Eça de Queiroz, chega a uma conclusão semelhante. Se Eça libertou a prosa portuguesa da «retórica fradesca» que a dominava, Cesário libertou a língua das amarras do lirismo piegas e do sentimento exaltado, das teias de aranha do ideal parnasiano e do romantismo rendilhado. Maria Filomena Mónica diz que nenhum autor inovou como Eça, «com a possível excepção de Cesário Verde». Eu tiraria o adjectivo «possível»."

Clara Ferreira Alves, Jornal EXPRESSO, 19-5-2001


Assinalam-se hoje 154 anos sobre o nascimento de um dos maiores poetas da história da literatura portuguesa. Não é um pintor, é Cesário Verde quem antecipa o impressionismo em Portugal, no final do Século XIX. O seu poema De Tarde apresenta-se ao leitor como uma verdadeira tela de Renoir:

Naquele “pic-nic” de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão de bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, indo o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos
E pão de ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!

Cesário Verde

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Carpe Diem



A 23 de Fevereiro de 1987, faz hoje 22 anos, morre, em Setúbal, o compositor português de música de intervenção, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, mais conhecido por Zeca Afonso.

Traz outro amigo também

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também

Zeca Afonso
Cinemacção

Oscar 2009 - And The Winner Is...

Actriz secundária: PENELOPE CRUZ, VICKY CRISTINA BARCELONA

Argumento original: DUSTIN LANCE BLACK, MILK

Argumento adaptado: SIMON BEAUFOY, QUEM QUER SER BILIONÁRIO?

Longa-metragem de animação: WALL-E

Curta-metragem de animação: LA MAISON EN PETITS CUBES

Cenografia: O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Figurinos: A DUQUESA

Maquilhagem: O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Fotografia: ANTHONY DOD MANTLE, QUEM QUER SER BILIONÁRIO?

Curta-metragem: THE PIG

Actor secundário: HEATH LEDGER, O CAVALEIRO DAS TREVAS

Documentário de longa-metragem: HOMEM NO ARAME

Documentário de curta-metragem: SMILE PINKY

Efeitos Visuais: O ESTRANHO CASO DE BENJAMIN BUTTON

Efeitos Sonoros: O CAVALEIRO DAS TREVAS

Som: QUEM QUER SER BILIONÁRIO?

Montagem: QUEM QUER SER BILIONÁRIO?

Banda Sonora Original: QUEM QUER SER BILIONÁRIO?

Canção Original: QUEM QUER SER BILIONÁRIO?

Filme Estrangeiro: DEPARTURE (Japão)

Melhor Realizador: DANNY BOYLE, QUEM QUER SER BILIONÁRIO?

Melhor Actriz: KATE WINSLET, O LEITOR

Melhor Actor: SEAN PENN, MILK

Melhor Filme: QUEM QUER SER MILIONÁRIO?

O balanço é simples. Ao contrário das expectativas de muitos, "Quem quer ser Bilionário?" conquistou - mais do que justamente (é a minha opinião pessoal!) - o Óscar de Melhor Filme, terminando a noite da 81.ª edição dos prémios da Academia como a película mais premiada, com oito estatuetas douradas, entre as quais a de Melhor Realizador (para Danny Boyle) e Melhor Argumento Adaptado.

A história de um rapaz dos bairros de lata de Mumbai conquistou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, vencendo todas as estatuetas para que estava nomeada, com excepção do prémio para Mistura de Som, em que perdeu para Batman e "O Cavaleiro das Trevas". Como escreve Nuno Markl hoje no seu twitter, "O Boyle triunfa de novo, enquanto um crítico do Público se vai deitar, agastado..."

"O Estranho Caso de Benjamin Button" levou para casa três prémios (Melhor Cenografia, Maquilhagem e Efeitos Visuais), não deixando, contudo, de ser o grande derrotado da noite.

Sem grandes surpresas, Sean Penn, Kate Winslet, Penélope Cruz e Heath Ledger (condecorado a título póstumo) levaram os prémios de interpretação.

Numa cerimónia completamente invulgar e original, mas muito bem conduzida, Slumdog Millionaire, contra os milhões de Hollywood, ganhou Oscar atrás de Oscar, provando a vitalidade do cinema independente.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Home Made Photo



As cores do tempo...

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Directo à Questão
A crise toca a todos: Reflexões, balanços e expectativas

Já muito se falou sobre a crise económica que abala o Mundo e a confiança de todos. Estamos, talvez, perante a primeira grande crise à escala global e, por isso, aquela que mais desafios coloca a todos os agentes envolvidos, dos decisores ao cidadão comum.
Se me permitirem alguma ironia em tempos de poucos motivos para sorrir, diria que esta crise de que tanto se fala veio, basicamente e tão-somente, pôr em causa tudo que o mundo aprendeu em décadas de estudos económicos e de investimentos financeiros. Nenhum dos paradigmas da ciência económica parece encaixar no cenário complexo que caracteriza o contexto macro-económico contemporâneo.
O chamado modelo económico neoliberal que parecia, até há bem pouco, seguro nos seus fundamentos e generalizável nas suas práticas, parece desmoronar-se como um baralho de cartas à medida que as notícias vão surgindo diariamente, a um ritmo alucinante, nos órgãos de comunicação social.
A vertigem do dinheiro fácil, a segurança do sector financeiro, o panorama perfeito dos paraísos fiscais. Todos estes ilusórios cenários estão transformados em escândalos financeiros, até aqui completamente inimagináveis.
Muitos disseram que nada voltará a ser como dantes. Não poderia concordar mais. Senão vejamos:
Flutuações nos mercados das matérias-primas como as que vimos a assistir nos últimos tempos eram impensáveis há meia dúzia de anos. Falências de instituições financeiras, seguradoras e empresas com uma notória – mas enganosa - sensação de solidez como as que vimos a assistir nos últimos tempos eram impensáveis há meia dúzia de anos. Quedas a pique dos índices bolsistas mundiais como as que vimos a assistir nos últimos tempos eram impensáveis há meia dúzia de anos. Nem mesmo os países emergentes, como a Índia ou a China, habituados a crescimentos anuais na ordem dos dois dígitos, parecem conseguir escapar ao cenário de recessão mundial.
Que modelo económico seria capaz de prever tais cenários? Que modelo económico será capaz de antecipar os desenvolvimentos futuros desta crise? Que modelo económico será capaz de definir as estratégias de combate e de saída do panorama actual?
Já muitos disseram que nada vai ser como dantes. Eu acrescentaria que, qualquer que seja o seu desfecho, esta crise vai ficar registada em todos os manuais de economia e vai inaugurar um novo paradigma de gestão financeira.
E haverá desfechos possíveis?
Numa economia globalizada e “globalizante” como a actual, tudo está relacionado com tudo. Os problemas parecem ser demasiado estruturais porque o próprio paradigma faliu. O sistema, como o habituámos a conceber, definha demasiado para que seja expectável uma auto-regeneração, uma saída de dentro para fora.
Com uma Europa fragmentada e a várias vozes, a necessária mudança no espectro marco-económico decerto terá que surgir vinda dos Estados Unidos da América. Com um fundo mais ou menos emocional, é razoável depositar expectativas na administração Obama, como referimos na nossa última reflexão. E, a partir daí, parece-me que apenas com uma política global convergente e com uma estratégia comum de saída da crise entre Estados Unidos e União Europeia será possível avistar a tal luz ao fundo do túnel que parece insistentemente apagada.

Vá Directo à Questão
. Aqui.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Ecos do Pensamento



"Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante do que o conhecimento".

Albert Einstein

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Cinemacção

Aí está o Bafta para "Slumdog Millionaire" ("Quem Quer Ser Bilionário?"). Depois do Globo de Ouro, o último filme de Danny Boyle volta a conqusitar a crítica, recebendo o galardão máximo em Inglaterra. Não se trata, efectivamente, de uma obra consensual. Na minha opinião, o realizador já fez, de facto, tão bom ou melhor ("Trainspotting", "28 Dias Depois" ou "Sunshine" não ficam nada atrás de "Quem Quer Ser Bilionário?"). Mas confesso que me espantam algumas críticas destrutivas ao filme. Sem ser um primor interpretativo (não espanta, por isso, que nenhum dos actores tenha recebido qualquer nomeação para a cerimónia dos Óscares do próximo dia 22), o filme é possuidor de um excelente argumento, é esplendoroso em termos musicais, tem uma óptima fotografia e (e, preciosismos e características técnicas à parte, é isto que interessa no final) é uma obra que cativa o espectador do primeiro ao último minuto. Uma mágica e oportuna lição de vida e de amor... Afinal não é essa a grandeza do cinema?

"Quem Quer Ser Bilionário?" é, sem dúvida, o filme do ano.


terça-feira, fevereiro 03, 2009

Grande Penalidade

Verdadeiramente do arco da velha

Já há muito se (re)conhecem as emocionantes peripécias do futebol português, mas esta última parece bater todos os recordes.

Hoje, o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol decidiu que o adversário do Benfica na meia-final da Taça da Liga será o Vitória de Guimarães.
O organismo superior de justiça no futebol decidiu rejeitar os recursos do Belenenses, que argumentava com o texto dos regulamentos para reclamar a sua presença na meia-final.

O critério definido como primeira fórmula de desempate é o "goal-average", que o Belenenses considera ser superior ao do Guimarães: 2 do Belenenses, fruto de dois golos marcados a dividir por um sofrido, contra 1,5 do Vitória, fruto de três golos marcados a dividir por dois sofridos.

A Liga rejeitou sempre a noção defendida pelos azuis de "quociente entre golos marcados e sofridos", argumentando que a "expressão goal-average reporta-se à diferença entre golos marcados e sofridos", o que "corresponde ao entendimento comum na linguagem corrente do futebol".

Ora não é necessário perceber muito de inglês para concluir que "goal-average" (média de golos) é bem diferente de "best boal difference" (melhor diferença de golos). Ou seja, o Belenenses parece ter razão em qualquer parte do mundo. Menos em Portugal.

A justificação evocada pelo Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol não se baseia na letra dos regulamentos, antes no teor do recurso dos azuis do Restelo.
Em declarações à comunicação social, o Juíz Conselheiro do Conselho de Justiça, Sousa Diniz, adiantou que o Conselho de Justiça nem sequer analisou os documentos apresentados pelo Belenenses por existirem erros processuais nos mesmos.
«O CJ deliberou por unanimidade rejeitar os recursos do Belenenses invocando uma razão formal, já que esses foram dirigidos à directora executiva da Liga (Andreia Couto), que não era tida nem achada no processo», disse aquele responsável à TSF.

Entretanto, João Barbosa, que preside à Comissão de Gestão do Belenenses, disse à TSF esperar que esta decisão faça lei.
«Registamos que o Conselho Superior de Justiça tomou uma decisão que abre aqui um principio importante. A partir de agora todas as decisões do CJ independentemente do que escreve a letra do regulamento atenderão à forma como são apresentados os recursos».

Seja como for, a presença do V. Guimarães nas meias-finais da Taça da Liga, a realizar amanhã, dia 4 de Fevereiro, estará sempre ferida de ilegalidade. Mais uma história do arco da velha directamente da "Tugalândia".

Mais pormenores aqui.

terça-feira, janeiro 27, 2009

Carpe Diem

A 27 de Janeiro de 1756, faz hoje 253 anos, nascia o compositor Austríaco Wolfgang Amadeus Mozart.



Lacrimosa dies illa
Qua resurget ex favilla
Judicandus homo reus.
Huic ergo parce, Deus:
Pie Jesu Domine,
Dona eis requiem. Amen.

Tearful that day,
on which will rise from ashes
guilty man for judgment.
So have mercy, O God, on this person.
Compassionate Lord Jesus,
grant them rest. Amen.

Día de lagrimas aquel día,
en el que resurjan de las cenizas.
los culpables para ser juzgados.
Ten piedad de ellos, Señor.
Compasivo Señor Jesús,
concédeles el descanso eterno. Amén.

Requiem - Lacrimosa, Mozart