Carpe Diem
Guimarães Com Vida a Fazer Parte
A cidade berço transpira vanguardismo. Revela-se ao mundo
enquanto cidade cosmopolita que em nada envergonha um Portugal que continua a
mostrar que é capaz. Só pela forma como está limpa e arrumada vale a pena
visitar a cidade que este ano assume o título de Capital Europeia da Cultura.
Mas vale ainda e sobretudo por tudo o resto – pela história que emana de cada
recanto cuidado da cidade, pela forma como os eventos culturais se integram
nesses lugares indelevelmente ligados à nossa história, pela forma como a
população está envolvida de alma e coração (e paixão) nesta iniciativa. Ou não
fosse um coração o seu símbolo maior. Guimarães está de parabéns. A organização
está de parabéns. Pela forma como soube aproximar uma população que parecia
perdida e arredada de um projecto que é seu, que é nosso. Fazemos todos parte.
Exemplo desta bem sucedida comunhão entre a Capital Europeia
da Cultura e a comunidade vimaranense (e, porque não dize-lo, portuguesa) foi a
experiência de pop sinfónico proporcionada na noite do passado dia 28 de Abril
pelos Expensive Soul e a Fundação Orquestra Estúdio, da qual tive o privilégio
de fazer parte. Já não bastava a singularidade musical dos Expensive Soul. Já
não bastava a multiculturalidade dos jovens músicos que compõem a Fundação
Orquestra Estúdio. Já não bastava a presença em palco de um heterogéneo coro de
duzentos habitantes de Guimarães escolhidos a dedo num casting que ficará para
a história. Já não bastava o estilo inconfundível do Maestro Rui Massena. Já
não bastavam os toques dos velhos Nicolinos que se juntaram ao final de festa.
O resultado da fusão em palco de todas estas particulares sonoridades foi um
espectáculo memorável e a prova de que Guimarães 2012 merece todo o nosso
aplauso. A cidade berço transpira vida.