sexta-feira, fevereiro 16, 2007

O Público Mudou...

Porque o mundo mudou... O jornal de referência nacional está diferente. Há muito prometida (por mim nem por isso muito aguardada), a viragem gráfica e editorial do Público chegou no passado dia 12 às bancas. E está longe de ser consensual.
Desde a primeira edição do novo Público que me apetece escrever sobre o assunto, mas preferi aguardar pelos primeiros comentários antes de me pronunciar. Chocam-me alguns deles pelo seu teor quasi-destrutivo, matando logo à partida um processo de recriação maduro, consciente das exigências de uma sociedade sem tempo. Considero que, para tudo, há um período de habituação e que o benefício da dúvida deve ser dado nestas ocasiões. Primeiro estranha-se...
Sem dúvida que o jornal está diferente. Muito diferente, aliás. Todas as mudanças assistem a um natural processo de resistência. A mudança é necessária... Mas será que esta era?
Confesso que vou ter muitas saudades das páginas “cheias de letras e com uma imagenzita no canto superior”. Confesso que ainda me perco, confuso, no novo alinhamento do jornal. Confesso que as novas cores que enchem as suas páginas me provocaram alguma repulsa inicial. Confesso que tenho dúvidas quanto à eventual captação de novos leitores. Confesso que a tal espécie de conservadorismo associado à manutenção de um formato inalterado desde a sua fundação não me choca minimamente. Confesso, enfim, que ainda não estou habituado à nova cara do jornal. E que não vai ser tão depressa...
Mas continuará a ser o meu jornal. Um jornal de referência a todos os níveis. Um jornal que responde “sim” às exigências de um mercado hipercompetitivo. Um jornal que tanto se lê em 30 minutos como em 2 horas. Um jornal cativante, quase viciante. Um jornal isento e capaz da grande reportagem, da verdadeira notícia, da entrevista actual. Um jornal sóbrio e recheado de conteúdo. Um jornal cheio de cor e de imagem. Um jornal que terá tempo para afinar a edição, de responder às exigências deste novo formato. Um jornal que de certeza não perderá os seus clientes fiéis.
Porque o essencial do “velho” Público continua lá... Porque o Público não podia morrer!

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